Enxaqueca Vestibular: qual é a influência da alimentação no controle das crises?
A influência da alimentação na Enxaqueca Vestibular está ligada ao metabolismo geral do corpo e aos processos bioquímicos que podem desencadear ou modular os episódios. Adotar um estilo de vida saudável pode reduzir a intensidade e a frequência das crises.
Considerada uma condição neurológica complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, a Enxaqueca Vestibular é caracterizada principalmente por dores de cabeça recorrentes, que podem ser acompanhadas de tontura e zumbido.
As dores de cabeça típicas da enxaqueca são descritas como intensas e pulsáteis, geralmente localizadas em um lado da cabeça, embora possam afetar ambos os lados em alguns casos. O paciente também pode apresentar náuseas e vômitos, além de sensibilidade à luz e ao som.
Assim como na enxaqueca clássica, há tratamentos específicos para controle que envolvem, principalmente, mudanças em hábitos diários, incluindo os alimentares. É o que explico detalhadamente, a seguir. Vamos lá?
Conteúdo:
- O que é Enxaqueca Vestibular?
- Como a alimentação influencia a Enxaqueca Vestibular?
- Quais alimentos podem piorar a enxaqueca?
- Só escolher os alimentos certos não basta!
- Como acabar com a Enxaqueca Vestibular?
O que é Enxaqueca Vestibular?
Quando o paciente apresenta, além dos sintomas gerais da enxaqueca, episódios de tontura, instabilidade, desequilíbrio, sensação de flutuação e vertigem rotatória que podem durar de minutos a horas — sintomas relacionados à alterações no sistema vestibular, responsável pelo equilíbrio e orientação do corpo no espaço —, dizemos que trata-se de Enxaqueca Vestibular.
Nem sempre os sintomas vestibulares vêm associados à dor de cabeça. O paciente pode apresentar alguns ou todos os sintomas, e estes podem se manifestar antes, durante ou depois das crises de enxaqueca, e esse padrão pode variar na mesma pessoa.
Além desses sintomas, os pacientes com Enxaqueca Vestibular podem experimentar alterações auditivas durante as crises, como zumbido no ouvido ou sensação de ouvido tapado.
- Confira também: Zumbido no ouvido e ansiedade: entenda essa relação
Como a alimentação influencia a Enxaqueca Vestibular?
A gestão da Enxaqueca Vestibular muitas vezes envolve o uso de medicamentos para aliviar a dor e controlar a vertigem, como anti-inflamatórios e antivertiginosos. Em alguns casos, será necessário a utilização de medicação diariamente para evitar novas crises.
Entretanto, a principal forma de prevenir as crises, em todos os casos, é adotar um estilo de vida saudável, investindo principalmente em uma boa alimentação. Como os alimentos e a rotina alimentar influenciam o metabolismo geral do corpo e seus processos bioquímicos, os alimentos também podem desencadear ou agravar os sintomas.
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Quais alimentos podem piorar a enxaqueca?
É importante ressaltar que a sensibilidade a certos alimentos pode variar de pessoa para pessoa, e o que desencadeia uma crise em alguém pode não afetar outros portadores de enxaqueca da mesma forma.
De maneira geral, porém, alguns alimentos podem afetar um número considerável de pacientes e, por isso, costumam ser tratados como “alimentos-gatilho” para crises. Os principais são:
- queijos envelhecidos, embutidos e conservas: ricos em tiramina, um aminoácido que pode desencadear crises de Enxaqueca Vestibular em algumas pessoas sensíveis;
- cafeína em excesso (frequentemente presente em café, chás e chocolate): pode causar alterações em alguns neurotransmissores, principalmente aqueles ligados às funções estimulantes do cérebro, contribuindo para o surgimento das crises;
- álcool (especialmente vinho tinto e cerveja): pode desencadear crises de Enxaqueca Vestibular devido aos seus efeitos sobre os neurotransmissores associados à atividade depressora de algumas regiões do sistema nervoso central e à sua capacidade de dilatar os vasos sanguíneos no cérebro;
- glutamato monossódico: um famoso realçador de sabor que, além dessa função, também interage diretamente com o sistema glutamatérgico, estimulante da atividade cerebral (em oposição ao sistema GABA, que promove a diminuição da atividade cerebral);
- alimentos processados e ultraprocessados: esses alimentos contêm altos níveis de gorduras saturadas, sódio e aditivos artificiais (inclusive o glutamato), que podem desencadear processos gerais de inflamação e contribuir para as crises.
Em contrapartida, assim como alguns alimentos podem funcionar como gatilhos, outros podem promover um melhor controle de crises, e melhorar a sua saúde de maneira geral. É fundamental adotar uma alimentação equilibrada, rica em alimentos naturais, como frutas, verduras, legumes e proteínas de qualidade, bem como consumir bastante líquido e evitar alimentos ultraprocessados.
Só escolher os alimentos certos não basta!
Tão importante quanto os alimentos específicos a serem consumidos e evitados, são os hábitos alimentares como um todo.
Pacientes com enxaqueca precisam ter uma rotina regular e saudável bem estabelecida, que inclui:
- horários regulares para se alimentar;
- manter a mesma quantidade de horas de sono por noite, ou seja, dormir e acordar nos mesmos horários;
- evitar situações extremas, como exercícios extenuantes, bem como calor ou frio intensos;
- manter uma boa ingesta hídrica;
- praticar atividade física regularmente.
Além disso, o jejum prolongado pode afetar a produção e a liberação de neurotransmissores no cérebro, especialmente aqueles associados à regulação do humor. Como dito, a desidratação — comum durante jejum prolongado e em períodos de calor acentuado — também tem grande potencial para engatilhar crises intensas.
Como ferramenta preventiva, podemos seguir a mesma linha de pensamento e concluir que adotar um estilo de vida saudável é o mais recomendável para quem deseja diminuir a intensidade e a frequência das crises.
Como acabar com a Enxaqueca Vestibular?
A Enxaqueca Vestibular é uma doença de fácil controle, desde que o diagnóstico seja feito de forma correta e o paciente inicie e adote o tratamento de maneira adequada.
O tratamento, como dito, envolve mudanças nos hábitos alimentares, prática de atividades físicas leves e regulares, uma boa gestão do estresse, rotina de sono adequada e o uso de medicamentos prescritos na dosagem correta para ajudar no controle da dor e da vertigem durante as crises.
Ainda assim, nunca é demais repetir que os gatilhos e outras especificidades da enxaqueca variam de pessoa para pessoa. Identificar essas particularidades no quadro do paciente é determinante para traçar uma abordagem personalizada e com maiores chances de sucesso.
O primeiro passo, portanto, é o diagnóstico correto! Não perca tempo e consulte um otorrinolaringologista ou um otoneurologista, que é o otorrino especialista em tontura e sintomas relacionados. Lembre-se também de que o tratamento da Enxaqueca Vestibular é dinâmico, multidisciplinar e pode envolver outros profissionais da saúde.
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