O que é verdade e o que é mito sobre a Labirintite, seus sintomas, suas causas e tratamentos?
Labirintite e tontura são a mesma coisa? Labirintite é normal na velhice? Pode causar perda auditiva? Labirintite pode matar? Entenda o que é verdade e o que é mito sobre a Labirintite!
A Labirintite é uma doença mais conhecida do que prevalente, e isso é resultado de muitas confusões, especialmente porque os conteúdos da internet e da mídia costumam trazer informações desencontradas e muitas vezes incorretas sobre essa doença.
Neste artigo, esclareço questões comuns sobre a Labirintite e trago também informações importantes sobre cuidados e tratamentos. Confira!
1. Labirintite e tontura são a mesma coisa
Mito! Labirintite e tontura não são a mesma coisa. Labirintite é a infecção/inflamação do labirinto ‒ estrutura do ouvido interno responsável pelo equilíbrio e pela audição ‒, um quadro que provoca uma série de sintomas que incluem a tontura, mas não apenas ela: também a perda auditiva, o zumbido no ouvido e o nistagmo (movimentos involuntários dos olhos) costumam estar presentes.
Isso significa que a tontura é, na verdade, um sintoma, e que, inclusive, pode estar associado a diversas condições, não apenas à Labirintite ‒ ou seja, enquanto a Labirintite é uma doença infecciosa/inflamatória que pode causar tontura, a tontura em si é um sintoma que pode ter múltiplas causas.
2. Labirintite é a principal causa de tontura
Mito! A Labirintite não é a principal causa de tontura, embora a tontura seja um dos sintomas da Labirintite ‒ que é inclusive uma condição relativamente rara, se comparada com outros diagnósticos.
Na realidade, as causas mais comuns de tontura são:
- Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB);
- Enxaqueca Vestibular;
- Neurite Vestibular;
- Doença de Ménière.
Outras causas comuns incluem problemas cardiovasculares, efeitos colaterais de medicamentos, ansiedade e distúrbios neurológicos.
3. Labirintite é normal na velhice
Mito! A Labirintite ‒ infecção/inflamação do labirinto ‒ não é especificamente uma condição da velhice, já que pode ocorrer em qualquer idade. Além disso, quadros de tontura de forma geral não devem ser normalizados. Toda tontura tem uma causa.
Além das doenças que já mencionei, a hipotensão ortostática ‒ que é a queda de pressão arterial ao realizar um movimento brusco, como se levantar rapidamente ‒ também é bastante comum em idosos e pode resultar em episódios de tontura, assim como problemas cardiovasculares, uso de medicamentos ototóxicos e problemas neurológicos.
A tontura em idosos não deve ser subestimada, pois aumenta significativamente o risco de quedas e, consequentemente, de fraturas e outras lesões. Por isso, é essencial que idosos que experimentam episódios de tontura procurem um médico para uma avaliação.
4. Labirintite pode matar
Mito! A Labirintite em si não é uma condição fatal, embora possa provocar sintomas bastante incômodos e debilitantes.
Enquanto doença, a Labirintite pode causar perda auditiva, desequilíbrio e tontura; enquanto sintoma, a tontura (popularmente chamada de “labirintite”) pode ser sinal de vários outros problemas de saúde.
5. Labirintite pode causar perda auditiva
Verdade! Em alguns casos, a Labirintite pode deixar sequelas, como perda auditiva permanente ou tontura crônica devido a lesões causadas no labirinto, estrutura relacionada ao equilíbrio e à audição.
O tratamento adequado e seu início precoce podem reduzir as chances de problemas permanentes.
6. Estresse e ansiedade podem causar Labirintite
Mito! Estresse e ansiedade não causam Labirintite ‒ que é uma doença viral ou bacteriana ‒, mas podem agravar a tontura e a vertigem, comuns em condições que afetam o equilíbrio, especialmente quando a tontura é um sintoma recorrente, que ocorre em crises.
- Leia também: Zumbido no ouvido e ansiedade: entenda essa relação
7. A Labirintite é uma doença crônica
Mito! A Labirintite é uma doença aguda e não crônica, geralmente autolimitada em quadros virais, ou seja, o paciente tende a se recuperar naturalmente dentro de alguns dias ou semanas.
Entretanto, a tontura pode sim se apresentar em quadros recorrentes ou crônicos, como no caso da VPPB e da Enxaqueca Vestibular.
8. A Labirintite deve ser tratada com antibióticos
Depende! O tratamento para Labirintite depende da causa subjacente da infecção. Em quadros virais, o tratamento geralmente envolve medidas para controlar os sintomas, como repouso, medicamentos para alívio da tontura e da náusea, além de hidratação adequada.
No entanto, em casos de Labirintite bacteriana, que são menos comuns e geralmente mais graves, o uso de antibióticos é necessário. O tratamento, nesse caso, é individualizado e deve ser acompanhado de perto por um otorrinolaringologista.
9. É possível tratar a Labirintite com remédios caseiros
Mito! Remédios caseiros, como chás de ervas, são populares por serem acessíveis e tradicionais, mas não substituem tratamentos médicos comprovados.
O maior problema no uso dessas soluções ditas “naturais”, é que elas muitas vezes fazem com que o paciente negligencie ou postergue a busca por atendimento médico especializado.
Em todos os casos, tonturas intensas, recorrentes ou constantes devem ser sempre investigadas. E até o uso de substâncias caseiras ou naturais deve ser supervisionada por um médico.
Quer saber mais sobre o assunto e tirar todas as suas dúvidas? Então não deixe de conferir o nosso artigo completo sobre Labirintite!