Entenda como a diabetes pode afetar a audição e saiba como prevenir a perda auditiva neurossensorial decorrente da doença
Por aumentar o risco de perda auditiva ao danificar vasos sanguíneos e nervos do ouvido interno, a diabetes pode favorecer a perda auditiva neurossensorial. Controlar a glicose, realizar exames auditivos regulares e evitar exposição a ruídos intensos são algumas medidas para preservar a audição.
A diabetes é uma doença crônica que afeta milhões de pessoas no mundo todo. Embora seus efeitos mais conhecidos se relacionem com complicações cardiovasculares, renais e oftalmológicas, a diabetes também está associada a um risco aumentado de perda auditiva.
A seguir, apresento a você algumas explicações sobre como a diabetes pode afetar a audição, os tipos de perda auditiva que podem ocorrer em pessoas com diabetes, e o que pode ser feito para prevenir esse problema.
Me acompanha nessa leitura?
Conteúdo:
O que é diabetes?
Em linhas gerais, a diabetes é uma doença caracterizada por níveis elevados de glicose (açúcar) no sangue, que ocorrem devido a um defeito na produção ou no uso da insulina, o hormônio responsável por regular o açúcar no sangue. Existem quatro tipos principais de diabetes:
- diabetes Tipo 1: em que o pâncreas não produz insulina, e a pessoa precisa de injeções diárias desse hormônio;
- diabetes Tipo 2: em que o corpo não usa a insulina de forma eficaz, levando a um aumento dos níveis de glicose no sangue;
- pré-diabetes: quando o nível de glicose no sangue está mais alto do que o normal, mas não o suficiente para ser diagnosticado como diabetes tipo 2;
- diabetes gestacional: que ocorre durante a gravidez e pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2 mais tarde na vida.
Se não for adequadamente controlada, a diabetes pode causar sérios danos aos vasos sanguíneos e nervos do corpo, afetando vários órgãos e sistemas, incluindo os ouvidos.
O que é perda auditiva?
A perda auditiva refere-se à incapacidade parcial ou total de ouvir sons em um ou ambos os ouvidos e também pode ser classificada em diferentes tipos:
- perda auditiva condutiva: aquela que resulta de problemas nos ouvidos externo ou médio e que impedem a condução do som até o ouvido interno;
- perda auditiva neurossensorial: aquela que ocorre quando há dano nas células sensoriais ou nervos do ouvido interno, prejudicando a transmissão de sinais sonoros ao cérebro;
- perda auditiva mista: que consiste em uma combinação dos dois tipos anteriores, perda auditiva condutiva e neurossensorial.
A perda auditiva neurossensorial é a forma mais frequentemente associada à diabetes, sendo causada por danos nas células sensoriais do ouvido interno ou no nervo auditivo. Este tipo de perda auditiva é irreversível, o que significa que, uma vez danificados, o nervo ou células sensoriais não podem ser regeneradas.
Como a diabetes afeta a audição?
Em decorrência da diabetes, a glicose elevada no sangue pode danificar os vasos sanguíneos, incluindo os pequenos vasos do ouvido interno — o que pode comprometer a circulação sanguínea necessária para a função adequada das células sensoriais da cóclea (a parte do ouvido interno responsável pela audição), prejudicando a percepção do som.
A neuropatia é uma complicação comum da diabetes em que os nervos do corpo, incluindo aqueles envolvidos na audição, são danificados. Isso pode afetar as terminações nervosas que transmitem os sinais do ouvido interno para o cérebro, também prejudicando a clareza da audição.
Além disso, a diabetes pode afetar o equilíbrio de fluidos no ouvido interno, resultando em distúrbios no equilíbrio, vertigem e zumbido, além da perda auditiva.
É comum que a perda auditiva associada à diabetes seja confundida com presbiacusia (perda auditiva relacionada à idade), especialmente em pacientes com mais de 40 anos, o que pode dificultar o diagnóstico precoce e a identificação da relação direta entre diabetes e perda auditiva.</
Prevenção e cuidados com a saúde auditiva
A boa notícia é que a perda auditiva relacionada à diabetes pode ser prevenida ou retardada com alguns cuidados simples e estratégias de monitoramento.
Manter os níveis de glicose dentro da faixa recomendada é essencial para preservar a saúde auditiva e pode ser feito com alimentação equilibrada, exercícios regulares e, quando necessário, medicamentos.
Assim como o controle da glicose, é fundamental que os diabéticos realizem exames auditivos regulares para detectar precocemente qualquer sinal de perda auditiva. O exame mais comum é a audiometria, que avalia a capacidade de ouvir diferentes frequências e intensidades de som.
Pessoas com diabetes também devem tomar mais cuidado com a exposição a ruídos elevados, como música alta, máquinas barulhentas ou uso prolongado de fones de ouvido, além de evitar o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e gerenciar o estresse, todos fatores que também podem contribuir para o agravamento dos problemas auditivos em função da diabetes.
Você sabia que novembro é o mês em que se celebra o acesso à informação sobre algumas alterações auditivas específicas? Pois é, neste artigo Tudo sobre Novembro Laranja, a campanha nacional de conscientização para prevenção e tratamento de zumbido, misofonia e hiperacusia eu explico tudinho para você. Acesse!