Entenda o que é vertigem | Dra Nathália Prudencio

A vertigem é a famosa sensação de ver tudo girar ou de sentir o corpo girar. É um sintoma típico de disfunções e doenças que afetam o sistema vestibular, mas pode estar relacionada a diversos outros quadros de saúde.

A vertigem é um tipo de tontura caracterizada por uma ilusão de movimento, seja em relação ao seu corpo, seja em relação ao ambiente. É um sintoma muito comum e que pode estar relacionado a diversas causas diferentes.

A vertigem pode surgir espontaneamente após mover a cabeça rapidamente ou girar em círculos, por exemplo, mas também pode indicar doenças importantes. Em caso de crises severas ou constantes, é fundamental procurar ajuda médica.

Apesar de ser uma queixa comum, muitas pessoas têm dúvidas sobre o sintoma, suas causas e o que fazer quando ele surge. Neste artigo, trago tudo o que você precisa saber sobre a vertigem. Confira!

Conteúdo:

O que é vertigem?

Vertigem é um tipo de tontura muito comum, caracterizada por uma ilusão de movimento, seja em relação ao próprio corpo, seja em relação ao ambiente. A mais comum é a chamada vertigem rotatória, em que o paciente vê tudo girar ao seu redor.

A ilusão de movimento provocada pela vertigem geralmente se dá por alterações na captação, na condução ou na interpretação dos estímulos elétricos gerados pela movimentação da nossa cabeça.

É um sintoma comum e que pode acometer pessoas de todos os sexos e idades. Pode ocorrer devido a pequenas alterações transitórias, mas também em disfunções e doenças que requerem tratamento.

Como é a sensação de vertigem?

Como dito, chamamos de vertigem qualquer ilusão de movimento, incluindo a sensação de perceber o ambiente ou o próprio corpo girar. Entretanto, algumas pessoas também podem experimentar sensação de balanço ou inclinação. 

A intensidade e a duração da vertigem podem variar de acordo com a causa, fatores associados e condições individuais. Em geral, provoca perda de equilíbrio, mesmo quando estamos parados, e em crises intensas pode gerar também náusea e vômitos.

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Em idosos, é um sintoma diretamente ligado a quedas e lesões, mesmo quando as causas não estão ligadas a problemas de saúde importantes.

Qual é a diferença entre “labirintite” e vertigem?

Toda vertigem é tontura, mas nem toda tontura é vertigem. Embora os dois termos sejam muitas vezes usados como sinônimos, é preciso esclarecer que a vertigem é um tipo de tontura, entre várias outras sensações descritas por pacientes que sofrem com algum tipo de distorção espacial em relação a si ou ao ambiente.

Essa diferenciação é muito importante, pois a vertigem é um sintoma típico de doenças que afetam estruturas do ouvido interno, como o labirinto (órgão relacionado ao equilíbrio e à audição) e o nervo vestibular (que conduz informações do labirinto ao cérebro).

A vertigem é, portanto, uma importante pista para o diagnóstico do paciente, assim como seus sintomas associados. Além disso, a avaliação clínica e a história relatada pelo paciente em consultório são também fundamentais na investigação médica. 

Que sintomas costumam surgir junto à vertigem?

Episódios de vertigem geralmente trazem outros sintomas associados, como:

  • náusea;
  • vômito;
  • suor frio;
  • perda auditiva;
  • zumbido no ouvido;
  • nistagmo (movimento involuntário dos olhos).

Muitos desses sintomas surgem como consequência da própria vertigem, mas outros podem se manifestar paralelamente, sugerindo uma causa comum. Vertigem associada a alterações auditivas e nistagmo, por exemplo, nos fazem pensar em disfunções ou doenças no labirinto.

Devo alertar sobre sintomas que requerem atendimento médico imediato, como febre alta, desmaio, vômito persistente e alterações neurológicas (como dificuldade para falar, realizar movimentos ou caminhar). Nesses casos, a recomendação é procurar uma unidade de saúde imediatamente.

O que leva uma pessoa a ter vertigem?

Como dito, diversas alterações no organismo podem levar uma pessoa a ter vertigem, de causas transitórias simples, que requerem apenas cuidados no dia a dia, à doenças importantes, que exigem tratamento e acompanhamento médico.

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Para facilitar o entendimento das diversas causas da vertigem, classificamos o sintoma em dois tipos: a vertigem de origem periférica (sistema vestibular) e a vertigem de origem central (cérebro e medula espinal).

Vertigem de origem periférica

É o tipo mais comum de vertigem e está relacionada a alterações no sistema vestibular periférico, que inclui as estruturas do ouvido interno, labirinto e nervo vestibular, responsáveis pelo equilíbrio. O sintoma pode surgir após realizar movimentos bruscos com a cabeça ou andar em círculos, por exemplo, mas, nesses casos, a melhora é esperada em alguns minutos.

Episódios agudos ou crises frequentes podem indicar doenças, como:

Vertigem de origem central

A vertigem central está relacionada a distúrbios no sistema nervoso central, que inclui o cérebro e a medula espinhal. É um tipo de tontura atípico que pode estar relacionada com condições, como:

A vertigem de origem central é geralmente acompanhada por sintomas neurológicos, como fraqueza muscular, alterações na visão, dificuldade para engolir e dificuldade de fala. 

O que fazer ao sentir vertigem?

Diante de um episódio de vertigem, algumas medidas podem ajudar a aliviar a crise e a lidar com o desconforto provocado pelo sintoma. De maneira geral, é recomendável:

  • sentar-se ou deitar-se em um local seguro para evitar quedas e lesões;
  • manter os olhos fixos em um ponto do ambiente, o que pode ajudar a diminuir a sensação de movimento;
  • evitar movimentos bruscos, especialmente com a cabeça, para não agravar o sintoma;
  • respirar profundamente para oxigenar o corpo e relaxar;
  • não ingerir líquidos ou alimentos até se sentir melhor.

A vertigem é um sintoma que sempre deve ser investigado, principalmente quando há episódios agudos, frequentes ou acompanhados de sintomas auditivos. Sendo assim, é fundamental procurar um otorrinolaringologista para esclarecer as suas causas e providenciar o tratamento o quanto antes.

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Quando a vertigem é preocupante?

Embora a vertigem nem sempre indique problemas sérios de saúde, ela é um sintoma que deve ser investigado, principalmente quando há episódios agudos, frequentes ou acompanhados de sintomas auditivos ou neurológicos. 

Mesmo quando doenças e disfunções importantes são descartadas, medidas podem ser tomadas para prevenir novas crises, como ajustes na alimentação ou cuidados ao se movimentar.

Em todos os casos, portanto, é fundamental procurar um otorrinolaringologista ou otoneurologista (otorrino especializado em tontura) para esclarecer as causas da vertigem e receber as orientações e o tratamento adequados para o seu quadro.

Como tratar a vertigem?

A vertigem é um sintoma, não uma doença. Logo, o tratamento dependerá do diagnóstico do paciente. Para cada causa, existem recursos e estratégias de tratamento específicas e, por isso, é tão importante consultar um médico.

Vale destacar que não existe um exame específico capaz de determinar a causa da tontura, por isso, o relato do paciente tem um papel extremamente importante no diagnóstico. Além disso, você deve saber que nem sempre medicamentos são necessários para tratar a vertigem e você não deve jamais utilizar remédios (inclusive os ditos naturais) sem a devida orientação médica.

Concluindo, a vertigem é um sintoma caracterizado pela sensação de movimento que provoca desorientação espacial e desconforto significativo. É fundamental buscar orientação médica diante de episódios agudos ou frequentes. Por meio de um diagnóstico adequado e um plano de tratamento personalizado, é perfeitamente possível tratar o sintoma e recuperar a sua qualidade de vida.

 


Sobre Dra Nathália Prudencio

Dra Nathália Prudencio é médica otoneurologista, especialista em tontura e zumbido. Saiba mais
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