mulher com vertigem - vertigem central e vertigem periférica

A vertigem de origem periférica é o tipo mais comum e é desencadeada por alterações em estruturas do sistema vestibular periférico, como o labirinto e o nervo vestibular. A vertigem de origem central é aquela cujo sintoma está ligado a alterações no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal).

A vertigem é um sintoma muito comum e uma pista importante na investigação de disfunções e doenças que afetam, principalmente, o sistema vestibular, que atua na nossa percepção espacial e na manutenção do nosso equilíbrio. Entretanto, ela é também frequentemente observada em quadros ligados a alterações no sistema nervoso central.

Identificar o sistema de origem é fundamental para obter um diagnóstico confiável e, a partir dele, montar uma estratégia de tratamento que seja realmente eficaz para o paciente.

Neste artigo, esclareço as principais diferenças entre vertigem periférica e central para te ajudar a entender melhor as doenças e alterações que afetam o nosso equilíbrio.

Devo alertar que este conteúdo é de caráter informativo e, de forma alguma, deve ser utilizado para autodiagnóstico. É fundamental consultar um otorrinolaringologista, ok?

Conteúdo:

O que é vertigem e como ela se diferencia de outros tipos de tontura?

Chamamos de vertigem a sensação de perceber o ambiente ou o próprio corpo movimentar ou girar, o que pode causar desorientação e perda de equilíbrio até mesmo quando estamos parados.

É um tipo de tontura comum e que geralmente ocorre de forma episódica associada a alterações e doenças que exigem diagnóstico, tratamento e acompanhamento.

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É importante diferenciar a vertigem de outras descrições de tontura, pois ela é um sintoma muito frequente em pacientes com alguma alteração nas estruturas do ouvido interno, como o labirinto e o nervo vestibular.

5 características da sua TONTURA que vão facilitar o diagnóstico | Dra Nathália Prudencio

Qual é a diferença entre a vertigem de origem periférica e central?

Como a vertigem se manifesta de maneira semelhante em diferentes quadros, convencionou-se classificá-la de acordo com seu sistema ou região de origem.

A divisão entre vertigem central e periférica também nos ajuda a definir a abordagem médica. Embora o primeiro especialista a ser consultado nesses casos seja o otorrinolaringologista, muitas vezes será necessário o acompanhamento de outros profissionais de saúde, como neurologistas e fisioterapeutas.

De maneira geral, a vertigem de origem periférica é causada por distúrbios no sistema vestibular periférico, localizado no ouvido interno, resultando em sensações intensas de rotação e desequilíbrio associadas à náusea e vômitos. 

A vertigem de origem central, por sua vez, está relacionada a problemas no sistema nervoso central e frequentemente surge associada a sintomas neurológicos, como incoordenação e alterações na marcha, na visão e na fala.

Perda auditiva, nistagmo (movimento involuntário dos olhos) e zumbido no ouvido (percepção de um som sem uma fonte sonora externa) são também sintomas que costumam vir junto à vertigem e que também são pistas para o diagnóstico de disfunções e doenças de origem periférica.

Vertigem de origem periférica: causas e sintomas comuns

Como dito, a vertigem de origem periférica é geralmente causada por problemas no sistema vestibular periférico, que inclui o labirinto e o nervo vestibular. Entre as causas mais comuns, podemos citar:

Além da vertigem rotatória, esses quadros costumam trazer também náuseas, vômitos, perda de equilíbrio e dificuldade em manter a postura. No caso da VPPB, por exemplo, os sintomas geralmente surgem ou pioram ao realizar determinados movimentos com a cabeça, como virar na cama ou abaixar.

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Vertigem de origem central: causas e sintomas comuns

A vertigem de origem central está relacionada a distúrbios do sistema nervoso central, frequentemente em estruturas do cérebro. As causas mais comuns incluem:

  • Enxaqueca Vestibular; 
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC);
  • Doença cerebrovascular (microangiopatias);
  • Doenças neurodegenerativas, como o Parkinson e a Esclerose Múltipla.

Quadros neurológicos costumam trazer também sintomas dessa natureza, como fraqueza muscular, alterações na visão, dificuldade para engolir, falar ou andar, entre outros sintomas relacionados.

A vertigem de origem central é muito menos comum do que a de origem periférica e, em alguns casos, pode exigir atendimento médico de urgência.

Como é feito o diagnóstico da vertigem? 

A distinção entre vertigem central e periférica pode ser desafiadora e, muitas vezes, exige uma avaliação médica detalhada para determinar a sua causa. Ambas as formas de vertigem podem ser debilitantes e requerem tratamento adequado para aliviar os sintomas e para abordar o fator desencadeador. 

Constatada essa necessidade na consulta, exames podem ser solicitados, mas são o exame físico em consultório e, sobretudo, a história descrita pelo paciente, os pilares do diagnóstico. Nem sempre os exames serão necessários, inclusive.

Observe que a vertigem é um sintoma típico de diversos quadros com características distintas e, para cada um deles, há recursos e tratamentos específicos. Sempre desconfie de soluções generalistas que prometem cura sem a investigação e a orientação médica adequada.

Também devo ressaltar que, embora existam tonturas relacionadas a problemas neurológicos, o primeiro especialista a ser consultado é o médico otorrinolaringologista ou, preferencialmente, o otoneurologista, que é o otorrino que estuda em maior a profundidade a relação entre as estruturas do ouvido e do cérebro.

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Você já ouviu falar nesse médico? Continue por aqui e confira nosso artigo: Otoneurologia, a especialidade médica dedicada às disfunções e doenças causadoras de tontura e zumbido.

 


Sobre Dra Nathália Prudencio

Dra Nathália Prudencio é médica otoneurologista, especialista em tontura e zumbido. Saiba mais
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