Zumbido no ouvido tem cura ou é um sintoma permanente? Depende!
É incorreto afirmar, de forma geral, que o zumbido no ouvido tem cura ou não, pois falamos de um sintoma com diversas causas diferentes e fatores associados. Em muitos casos, a “cura” (remissão completa) é sim possível, assim como há tratamentos capazes de diminuir o incômodo e promover a habituação ao som, quando ele é permanente.
Doutora, zumbido no ouvido tem cura? Será que esse tormento algum dia vai acabar?
Muitas pessoas me procuram com queixa de zumbido demonstrando bastante ansiedade em relação ao sintoma, e não é para menos. O tinnitus, como também é chamado, pode assustar e impactar significativamente a qualidade de vida de uma pessoa, especialmente quando ela não sabe ao certo a causa e como lidar com esse tipo de sintoma.
É, por isso, que a última coisa que precisamos é de declarações alarmistas e precipitadas sobre o problema. Menos ainda de soluções milagrosas que prometem curas simples, sem nem sequer levar em conta a variedade de quadros que trazem o zumbido como sintoma.
Neste texto, trago um esclarecimento importante sobre esse assunto para que você não seja enganado ou desiludido por falsas promessas ou conclusões equivocadas. É hora de entender, de uma vez por todas, como lidar com esse temido zumbido. Vamos lá?
Conteúdo:
- Zumbido no ouvido tem cura?
- Quais são os principais desafios no diagnóstico do zumbido?
- Quando o zumbido pode ser totalmente curado?
- O que fazer em casos de zumbido permanente?
Zumbido no ouvido tem cura?
Como dito, não há como afirmar se o zumbido no ouvido tem cura ou não, sem antes termos um diagnóstico preciso do quadro do paciente, mas existem tratamentos e recursos disponíveis para todos os casos.
Tenha em mente que o zumbido é um sintoma, não uma doença!
Isso significa que algo aconteceu ou está acontecendo para que você perceba esse som, que pode se apresentar de diversas formas: barulho de apito, aparelhos elétricos, água corrente, grilo, estática da TV, bater de asas de uma borboleta, entre vários outros relatos.
É preciso destacar que a maioria dos casos de zumbido traz uma lesão ou perda auditiva (que pode ser leve) como uma de suas causas principais, mas o quadro geralmente está associado a diferentes fatores.
Outro ponto importante é descobrir o que pode estar agravando o sintoma ou contribuindo para uma percepção aumentada do som. Tudo isso deve ser levado em consideração antes de discutirmos a possibilidade de cura ou não.

Quais são os principais desafios no diagnóstico do zumbido?
Agora você sabe que, diante de um caso de zumbido no ouvido, a primeira coisa a fazer é entender a natureza desse sintoma, ou seja, descobrir o que o desencadeou e que fatores podem estar contribuindo para o seu agravamento.
Devo dizer, porém, que essa tarefa não é simples. Frequentemente, recebo pacientes que já consultaram vários médicos, sem sucesso, com uma pilha de exames aparentemente normais, sem entender o que pode estar acontecendo com a sua audição.
Na maioria dos diagnósticos, descobrimos vários motivos que levaram ao surgimento do zumbido, o que pode ampliar a estratégia de tratamento para diferentes áreas da saúde, como a fonoaudiologia, a fisioterapia, a odontologia e até a psiquiatria.
Também precisamos entender a relação do paciente com o zumbido, tendo em vista que estamos lidando com um sintoma bastante subjetivo: há pessoas que se incomodam pouco, outras que o consideram um tormento.
A partir desse entendimento, podemos definir ações mais específicas para reduzir o impacto do ruído na qualidade de vida do indivíduo.
Se você necessita de uma investigação mais aprofundada do sintoma, é muito importante consultar um otoneurologista, que é o otorrinolaringologista especializado no diagnóstico e no tratamento de alterações e doenças causadoras de tontura e zumbido.
A otoneurologia é uma área relativamente recente da medicina e, embora tenha avançado muito nas últimas décadas, ainda é pouco conhecida pelo grande público.
Quando o zumbido pode ser curado?
A possibilidade de cura do zumbido, ou remissão completa, varia de quadro para quadro e de paciente para paciente. Quando o sintoma é gerado por um fator pontual, como cerume impactado ou uma infecção passageira, as chances de cura total são grandes, assim como quando o ruído está ligado a alterações musculares, por exemplo.
Preciso ressaltar, porém, que a maioria dos pacientes apresentará várias causas e fatores associados ao zumbido, sendo muito comum a perda auditiva (geralmente permanente). Isso muda o horizonte do tratamento para medidas capazes de diminuir a intensidade do som e, principalmente, a percepção do paciente sobre ele.
O que você deve ter claro em mente é que não existe um tratamento único que sirva para todos os casos de zumbido e que atenda as necessidades de todos os pacientes. A internet está repleta de ofertas de medicamentos milagrosos, técnicas revolucionárias e soluções naturais sem comprovação científica que prometem justamente isso. Não caia nessa!

O que fazer em casos de zumbido permanente?
Qualquer sintoma crônico gera preocupação, afinal, é algo que pode demandar cuidados constantes e, muitas vezes, mudanças importantes em nossa vida. Embora não exista uma cura definitiva para o zumbido no ouvido causado por perda auditiva, muitas medidas podem ser tomadas para que o ruído deixe de ser um incômodo.
A primeira coisa que você deve saber é que o zumbido é um sintoma tipicamente habituável. Isso significa que a maioria das pessoas que o tem, se acostumam com ele e não o consideram um incômodo importante.
Você também deve saber que a atenção tem um papel chave na experiência do paciente com zumbido. O nosso cérebro tende a diminuir a percepção de sons monótonos naturalmente, mas quando damos muita atenção ao ruído, o efeito é oposto.
Entenda: eu não estou dizendo que seja algo completamente consciente, ou seja, que você escolhe dar atenção ou ficar incomodado com o barulho no seu ouvido. Entretanto, se o seu cérebro está atento a esse som, é porque ele está entendendo-o como uma possível ameaça, e é exatamente isso que precisamos desmistificar.
Um dos objetivos do tratamento do zumbido permanente é ajudar o paciente a ter uma menor percepção desse barulho. Esse processo é conduzido por meio da terapia sonora, que pode ser realizada de diversas formas, mas em grande parte dos casos consiste em usar sons neutros para reduzir a percepção do zumbido.
Para casos mais graves, é indicado o uso de aparelhos de amplificação sonora que, hoje, já contam com ajustes específicos para usuários com tinnitus. Muitos pacientes também deverão tratar causas ou fatores adjacentes, como alterações metabólicas, disfunções musculares, problemas odontológicos ou transtornos de humor relacionados.
Manter uma dieta saudável, praticar atividades físicas regulares e dormir bem são, também, cuidados indicados para todos os pacientes e que, comprovadamente, contribuem para a melhora do quadro.
Se o zumbido no ouvido tem cura ou não, portanto, depende! O mais importante mesmo é saber que existem recursos e tratamentos disponíveis para todos os casos e somente um diagnóstico preciso pode definir qual é a melhor estratégia para o seu.
Quer saber mais? Então continue no blog e saiba mais sobre os principais tratamentos para zumbido no ouvido (considerando diferentes causas e quadros)!