Homem com incômodo no ouvido - Paroxismia Vestibular

Paroxismia Vestibular é uma síndrome caracterizada por curtos episódios de vertigem que podem ocorrer por várias vezes ao longo do dia. Ocorre devido à compressão do VIII nervo craniano, o que afeta a condução dos seus impulsos elétricos, gerando os sintomas típicos do quadro.

A Paroxismia Vestibular é um quadro raro e pouco conhecido, até mesmo entre os médicos otorrinolaringologistas, e que muitas vezes é confundido com outras doenças causadoras de tontura, como a VPPB (Vertigem Posicional Paroxística Benigna) e a Neurite Vestibular.

O quadro foi descrito pela primeira vez em 1975, ou seja, é um achado relativamente recente da medicina, o que também contribui para o seu desconhecimento e as diversas dúvidas sobre o assunto.

De antemão, destaco que existem tratamentos para a Paroxismia Vestibular, mas os pacientes muitas vezes recebem cuidados para outras doenças, dadas as suas características. Neste artigo, trago os principais esclarecimentos sobre este quadro atípico. Confira!

Conteúdo:

O que é Paroxismia Vestibular?

A Paroxismia Vestibular é uma síndrome vestibular episódica provocada pela compressão do VIII nervo craniano (que conduz informações relacionadas ao equilíbrio e à audição). É conhecida por gerar crises espontâneas de vertigem em episódios curtos (que duram alguns segundos), porém intensos e, muitas vezes, incapacitantes.

Alguns pacientes podem relatar que as crises são desencadeadas por movimentos da cabeça e perceber, durante elas, a presença de espasmos musculares faciais. 

O VIII nervo é geralmente comprimido por vasos da fossa posterior, como a artéria cerebelar do ântero inferior,  provocando alterações nos sinais elétricos conduzidos e, consequentemente, os sintomas observados durante as crises.

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Diante das características da doença, parte dos pacientes também podem relatar zumbido no ouvido, podendo ser um som contínuo ou com alguma percepção de pulsação. 

Quais são os sintomas e como são as crises da Paroxismia Vestibular?

Como dito, a Paroxismia Vestibular traz crises breves, espontâneas e geralmente intensas de vertigem (que pode ser giratória ou não giratória). Outros sintomas menos comuns são:

  • zumbido no ouvido: percepção de um som sem uma fonte sonora externa;
  • perda auditiva: diminuição da audição ou maior sensibilidade a determinados sons;
  • hiperacusia: intolerância a sons de intensidade moderada (que não incomodam a maioria das pessoas).

Os episódios são curtos, geralmente duram menos de um minuto, mas podem ocorrer várias vezes ao dia e prejudicar significativamente as atividades cotidianas e a qualidade de vida do paciente.

Como os sintomas surgem de maneira transitória, o quadro pode ser confundido com doenças que trazem características semelhantes, com a Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), a Enxaqueca Vestibular e a Doença de Ménière, sendo importante descartar estas e outras possibilidades para confirmar o diagnóstico. 

Entenda sobre sintomas, diagnóstico e tratamento da VPPB | Dra Nathália Prudencio

Como é feito o diagnóstico da Paroxismia Vestibular?

O diagnóstico da Paroxismia Vestibular depende de alguns critérios. O paciente deve ter apresentado:

  • no mínimo 10 episódios de vertigem espontânea com menos de um minuto;
  • resposta ao tratamento medicamentoso com carbamazepina ou oxicarbamazepina;
  • não ser melhor explicado por outras doenças.

Para confirmar a alteração vascular, é solicitada a ressonância magnética de crânio. Entretanto, esse achado no exame de imagem não é suficiente para confirmar o diagnóstico da Paroxismia Vestibular.

Sabemos que grande parte das pessoas que identificam esse tipo de alteração vascular (geralmente em busca de outros achados) não apresentam os sintomas da doença. Além disso, também temos pacientes com Paroxismia Vestibular cuja alteração vascular não é detectada no exame de imagem.

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Sendo assim, tal como na maioria das disfunções e doenças tratadas na otoneurologia, é fundamental conhecer a história do paciente e compará-la com os achados para garantir um diagnóstico confiável.

Como tratar a Paroxismia Vestibular?

O tratamento da Paroxismia Vestibular é geralmente realizado por meio de medicamentos, como carbamazepina, fenitoína ou gabapentina. Essas medicações, entre outras funções, são usadas para melhorar o isolamento do nervo afetado e acabar com a irritação causada pelos vasos ao redor.

A terapia medicamentosa é efetiva para a maioria dos pacientes, e a boa resposta ao tratamento medicamentoso confirma o diagnóstico. 

Devo ressaltar que, ainda que seja um achado comum no exame de imagem do ouvido, a Paroxismia Vestibular é um diagnóstico raro. Existem vários outros quadros que trazem características semelhantes e que são muito mais comuns, vários deles já citados.

De maneira geral, diante de crises súbitas de vertigem, especialmente quando acompanhadas por outros sintomas, é fundamental consultar um otorrinolaringologista. Para uma investigação e um acompanhamento mais aprofundado, é indicado buscar um otoneurologista, que é o otorrino dedicado às doenças causadoras de tontura e zumbido.

Este artigo fica por aqui. Eu sou Nathália Prudencio, e se você deseja saber mais sobre mim e sobre o meu trabalho, não deixe de conferir o meu perfil no Instagram e meu canal do YouTube! 

 


Sobre Dra Nathália Prudencio

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