Mulher com vertigem - Neurite vestibular qual médico procurar

Crises agudas de vertigem rotatória intensa, sem alterações auditivas, estão frequentemente associadas à Neurite Vestibular, uma doença normalmente infecciosa que afeta o ouvido interno. Dra Nathália Prudência é médica otoneurologista e está disponível para atendimento por teleconsulta e em São Paulo.

A Neurite Vestibular não causa apenas a famosa vertigem rotatória intensa e repentina, típica da doença, mas também pode provocar náusea, desequilíbrio e dificuldade para caminhar.

Continue a leitura para entender melhor o que é essa doença, quais são os seus sintomas, diagnóstico e qual médico procurar.

Conteúdo:

O que é Neurite Vestibular?

A Neurite Vestibular ocorre devido a uma inflamação do nervo vestibular, que conecta o labirinto, no ouvido interno, ao cérebro. Esse nervo é essencial para a interpretação nervosa das informações relacionadas ao equilíbrio e à posição do corpo no espaço.

O processo inflamatório acaba causando a diminuição da função de estruturas do labirinto de um único lado. É essa diferença nas atividades de um labirinto para o outro — que chamamos de assimetria no tônus vestibular — que levará à vertigem rotatória abrupta, um dos principais sinais diferenciais da Neurite Vestibular.

A inflamação da Neurite Vestibular normalmente ocorre dias ou semanas depois de um quadro viral ‒ como resfriados ou gripes. Tais infecções virais são geralmente autolimitadas, ou seja, tendem a ser combatidas pelo sistema imunológico. 

O tratamento, nesse sentido, atua principalmente na atenuação dos sintomas (vertigem e náusea), enquanto eles se apresentam. 

Quais são os principais sintomas da Neurite Vestibular?

Como dito, a vertigem rotatória intensa e repentina em pacientes jovens é um dos sintomas que levantam a suspeita para a Neurite Vestibular. Esse tipo de vertigem caracteriza-se por uma sensação ilusória de rotação do ambiente ao redor ou do próprio corpo, que pode levar à quedas e incapacidade de caminhar.

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A dificuldade para caminhar é uma manifestação direta do desequilíbrio provocado pela vertigem e costuma marcar as crises iniciais, que são mais intensas. A marcha pode tornar-se instável e descoordenada, especialmente em superfícies irregulares ou ambientes com pouca luz, onde a orientação visual é limitada. 

Junto com a vertigem, o paciente pode sentir náusea e até mesmo vomitar. A discordância entre os sinais sensoriais que o cérebro espera receber e o que realmente está sendo percebido leva à sensação de embrulho no estômago, que pode resultar em vômitos.

Outro sinal típico da Neurite Vestibular, que pode acompanhar a vertigem rotatória e suas consequências para a coordenação motora e propriocepção, é o nistagmo ‒ um movimento involuntário e rítmico dos olhos, resultante de problemas nos reflexos oculares que são mediados pelo labirinto e da assimetria na atividade dos órgãos em cada ouvido.

Um “não sintoma” também é diferencial para o diagnóstico da Neurite Vestibular é a ausência de alterações auditivas, incluindo perda auditiva, sensação de ouvido tapado e zumbido. Quando as alterações auditivas acompanham os demais sintomas, é importante considerar outros diagnósticos, incluindo o de Labirintite.

Isso porque a Neurite afeta predominantemente o nervo vestibular, e não o nervo coclear, responsável pela audição. Embora ambos os nervos estejam localizados no ouvido interno e façam parte do sistema auditivo-vestibular, eles são estruturas nervosas separadas, cada qual com suas funções.

Na maioria das vezes, esses sintomas, embora incapacitantes inicialmente, melhoram à medida que o nervo vestibular se recupera e o cérebro se adapta às alterações sensoriais. É comum que persista uma vertigem com a movimentação da cabeça por algumas semanas, mas de uma forma mais leve do que as crises iniciais.

Qual exame detecta a Neurite Vestibular?

O diagnóstico da Neurite Vestibular é clínico e baseia-se nos sintomas característicos apresentados pelo paciente, no exame físico realizado em consultório e nos dados fornecidos por alguns exames específicos (utilizados tanto para auxiliar no diagnóstico como para excluir outras condições):

  1. Video Head Impulse Test (vHIT): avalia a função do reflexo vestíbulo-ocular (VOR), essencial para manter a estabilidade visual durante os movimentos da cabeça — durante o vHIT, movimentos rápidos e imprevistos da cabeça do paciente são aplicados, enquanto câmeras de alta velocidade monitoram os movimentos dos olhos;
  2. Potencial Evocado Miogênico Vestibular (VEMP): utilizado para avaliar a integridade do reflexos mediados pelo labirinto — durante o teste, sons são emitidos no ouvido do paciente e os padrões das respostas musculares do pescoço (VEMP cervical) e dos olhos (VEMP ocular)  são registrados, para identificação de possíveis anormalidades que podem sugerir Neurite Vestibular;
  3. Videonistagmografia (VNG): registra os movimentos oculares do paciente em resposta a diferentes estímulos com movimentos visuais e estímulos térmicos, auxiliando na identificação do nistagmo e na avaliação da diminuição da função do labirinto em um dos lados;
  4. Audiometria: também utilizada para descartar problemas cocleares, como perda auditiva sensorioneural, que podem diferenciar a Neurite Vestibular de outras condições como a Labirintite (que pode apresentar sintomas de vertigem associados à perda auditiva).
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Neurite Vestibular tem tratamento?

O tratamento inicial da Neurite Vestibular muitas vezes inclui medicamentos como supressores labirínticos (que ajudam a aliviar a vertigem), antieméticos (para reduzir a náusea, especialmente durante os episódios intensos) e corticosteróides orais (para diminuir o processo inflamatório).

A reabilitação vestibular poderá ser indicada para alguns pacientes e consiste em um programa de exercícios para auxiliar o cérebro e o próprio labirinto a compensar a disfunção vestibular, promovendo a adaptação e visando o retorno à normalidade do equilíbrio. Pode ser utilizada, assim como medidas simples durante os episódios agudos, como evitar movimentos bruscos, permanecer em um local seguro durante as crises de vertigem e modificar o ambiente para reduzir o risco de quedas.

Como os sintomas de vertigem podem persistir, ainda que mais leves, por algumas semanas ou meses, é comum que pacientes com Neurite Vestibular necessitem de acompanhamento para avaliar a evolução dos sintomas, ajustar o tratamento conforme necessário e monitorar a recuperação do equilíbrio e da função vestibular ao longo do tempo.

Qual médico é indicado para tratar a Neurite Vestibular?

Caso você apresente crises intensas e repentinas de vertigem rotatória, o melhor a fazer é buscar um otorrinolaringologista ou otoneurologista para investigar o quadro.

O otorrino é o especialista em doenças que afetam a garganta, nariz e ouvido e o otoneuro é o otorrino especializado em doenças auditivas e vestibulares, ou seja, que produzem sintomas como tontura, vertigem, zumbido no ouvido e perda auditiva.

Esses profissionais são os mais indicados para o diagnóstico e tratamento da Neurite Vestibular.

Dra Nathália Prudencio: médica para Neurite Vestibular

Dra Nathália Prudencio é médica otoneurologista, especialista em tontura e zumbido, e está disponível para atendimento por teleconsulta e também em consultório, em São Paulo.

Nathália é graduada em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com residência em otorrinolaringologia pela mesma universidade, especialização em otorrinolaringologia e cirurgia cérvico facial pela ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial) e especialização em otoneurologia pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo ‒ onde também desenvolveu seu Mestrado.

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Dra Nathália atende por teleconsulta e presencialmente. Seus consultórios estão localizados em Moema e na região de Alphaville e Tamboré, São Paulo. Você pode agendar a sua consulta pela plataforma Doctoralia ou pelo WhatsApp (clique no no botão abaixo).

 


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