criança tentando ouvir melhor - perda auditiva precoce

Perda auditiva precoce é aquela que se inicia antes do período esperado na maioria dos pacientes (geralmente a partir dos 60 anos de idade). Isso pode ocorrer por diversos motivos, desde causas congênitas (desde o nascimento) à exposição frequente a sons muito altos.

O aumento de quadros de zumbido e perda auditiva em crianças, adolescentes e adultos jovens nos últimos anos aponta que esse será um dos grandes desafios da saúde para as atuais e para as futuras gerações.

Existem diversas causas relacionadas à perda de audição e ao desencadeamento de sintomas relacionados precocemente. Entretanto, chama a atenção o crescimento de quadros evitáveis, ou seja, que poderiam ser evitados com orientação e cuidado adequados.

Além da exposição frequente a sons muito altos, uma das principais causas de perda auditiva precoce entre os jovens, não podemos perder de vista doenças e disfunções que também afetam muitas pessoas e podem comprometer a sua saúde auditiva mais cedo, em muitos casos antes do nascimento.

Neste texto, faço um apanhado de tudo isso e trago orientações sobre como proceder nesse tipo de situação. Continue a leitura para conferir! 

Conteúdo:

Quais são as principais causas da perda auditiva precoce?

A perda auditiva precoce pode ocorrer por diversos motivos. Entre os principais, podemos citar problemas na gestação ou no parto, traumas e doenças que afetam o sistema auditivo, uso de determinados medicamentos e a já comentada exposição a ruídos altos.

Embora a principal causa de perda auditiva na população seja a presbiacusia (a perda gradual de audição relacionada à idade), ela pode ocorrer em pessoas de todas as idades e, como dito, tem sido observada com cada vez mais frequência entre jovens.

Abaixo, comento um pouco sobre as principais causas relacionadas à perda auditiva precoce, no contexto geral.

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1. Surdez congênita

Doenças como rubéola, sarampo, sífilis e toxoplasmose, quando acometem a mãe durante a gestação, podem afetar também a saúde auditiva do bebê. 

O uso de determinados medicamentos pela gestante, obesidade, deficiências nutricionais, diabetes, pressão alta, complicações no parto e distúrbios neonatais, como a icterícia, são também fatores de risco relacionados à surdez.

2. Doenças

A perda auditiva precoce também pode se instalar como sequela de infecções, como a Otite Média (muito comum em crianças) e na Labirintite.

Quadros crônicos, como a Otosclerose e a Doença de Ménière, também levam a uma perda gradual da audição, além de outros sintomas relacionados, como zumbido e sensação de ouvido tapado.

3. Exposição a sons altos

Finalmente, temos a exposição a sons muito altos, que podem gerar lesões permanentes (geralmente cumulativas) nas células ciliadas do ouvido interno, o que chamamos de perda auditiva neurossensorial.

Esse tipo de perda auditiva é recorrente em profissionais que se expõem frequentemente a sons de alta intensidade, como operários de indústrias, cabeleireiros e músicos. Entretanto, tem sido observada com mais frequência em adolescentes e jovens adultos como uma consequência direta da exposição a sons muito altos em eventos e, principalmente, no uso indiscriminado de fones de ouvido. 

Quais são os principais sinais de perda auditiva?

A perda auditiva nem sempre é evidente, principalmente em casos leves ou quando ocorre em crianças muito novas. Por isso, é importante ficar atento a alguns sinais para providenciar o diagnóstico e o tratamento adequado o mais breve possível. 

Sinais de perda auditiva em adultos

Pessoas adultas com perda auditiva, assim como idosos, geralmente manifestam certas limitações na comunicação e alterações no comportamento em virtude disso. Um sinal muito comum é a necessidade de aumentar o volume da TV ou do som, por exemplo, para compreender melhor falas e ruídos.

Essa dificuldade também se dá nas conversas, especialmente em locais movimentados ou com muitos sons sobrepostos. A pessoa com perda auditiva importante é aquela que frequentemente pede ao outro para repetir frases e se aproxima do interlocutor, observando com mais atenção a movimentação dos seus lábios para tentar compreender melhor a fala.

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Entre os sintomas específicos, os que mais merecem atenção são o zumbido no ouvido e a hiperacusia (intolerância a sons de intensidade moderada).

Sinais de perda auditiva em crianças

A perda auditiva no bebê ou na infância é, muitas vezes, confundida com desatenção, desobediência e até distúrbios do desenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Isso acontece, pois a perda auditiva, muitas vezes, faz com que a criança fique frequentemente dispersa e não perceba chamados ou ruídos importantes, como campainhas e telefones tocando.

Assim como em adultos, elas apresentam dificuldades para entender conversas com outras pessoas, especialmente em locais ruidosos, o que pode comprometer o desenvolvimento da fala.

Irritabilidade, dificuldade em atividades em grupo e queixas de incômodos com sons ou zumbido também merecem atenção dos pais.

Perda auditiva temporária e permanente

Em muitos casos, a perda de audição é temporária, ou seja, a audição volta ao normal após o tratamento de sua causa subjacente. Observamos isso frequentemente em pacientes com infecções (como a Otite Média Serosa), cerume impactado, entre outros casos.

Em relação à exposição a sons muito altos, podemos ter lesões reversíveis e irreversíveis, a depender da intensidade, do tipo e de outras características do som, bem como a duração e a frequência com que a exposição acontece. 

Outro ponto importante é que algumas pessoas estão mais sujeitas a lesões irreversíveis do que outras, especialmente aquelas que já apresentam algum nível de perda ou lesão auditiva.

Embora sons muito altos, como explosões e disparos de armas de fogo, sejam capazes de causar uma perda auditiva súbita, na maioria dos casos, o que observamos é uma perda gradual da audição, resultante de uma série de lesões acumuladas, causadas pela exposição frequente a sons prejudiciais.

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Como prevenir a surdez?

A identificação de doenças e alterações precocemente pode prevenir a surdez, retardar a perda auditiva e reduzir o impacto dessa condição na qualidade de vida do paciente adulto e no desenvolvimento social e educacional das crianças.

Em relação às causas evitáveis, é importante adotar e manter medidas para preservar a audição e a saúde geral dos ouvidos, como não introduzir objetos no canal auditivo (incluindo cotonetes) e evitar se expor a sons muito altos por tempo prolongado e de maneira frequente.

Esse último cuidado merece mais atenção entre os jovens que frequentam shows e casas noturnas rotineiramente e, principalmente, aqueles que usam fones de ouvido com muita frequência. Recomendamos o uso de dispositivos que abafam o som externo, limitar o volume, mantendo-o em níveis seguros, e fazer pausas regulares para permitir que as estruturas do seu ouvido se recuperem adequadamente.

A perda auditiva precoce é mais comum do que se imagina, mas você deve saber que existem tratamentos e recursos para todos os quadros. Cuide bem da sua audição e fique atento: ao primeiro sinal de perda auditiva, não deixe de consultar um otorrinolaringologista ou um otoneurologista (o otorrino especializado em zumbido no ouvido e condições relacionadas).

Este artigo fica por aqui. Eu sou Nathália Prudencio, médica otoneurologista, e se você deseja saber mais sobre mim e sobre o meu trabalho, acesse meu perfil no Instagram e meu canal do YouTube!

 


Sobre Dra Nathália Prudencio

Dra Nathália Prudencio é médica otoneurologista, especialista em tontura e zumbido. Saiba mais
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