Que tipo de zumbido é o seu? Confira as diferentes classificações do sintoma!

Existem vários tipos de zumbido no ouvido e o sintoma pode ser classificado de várias formas, sendo a mais comum a diferenciação entre zumbido objetivo (que pode ser detectado por meio de instrumentos) e zumbido subjetivo (quando só o paciente é capaz de percebê-lo). Há outros critérios de classificação, como zumbido contínuo ou intermitente, pulsátil e não pulsátil, zumbido primário e secundário, entre outros. 

O zumbido no ouvido é um sintoma difícil de descrever. O paciente percebe um som no ouvido, sem a presença de uma fonte sonora externa, e, por vezes, tem dificuldade de explicar a sua experiência para o médico. É o seu caso?

Para facilitar a compreensão do quadro, muitas classificações podem ser adotadas e, a partir delas, encontramos pistas importantes para descobrir as causas do sintoma.

Neste artigo, destaco as diferentes formas como o zumbido no ouvido pode se apresentar na vida das pessoas e os principais tipos de classificação que adotamos para estabelecer um diagnóstico. Começo, porém, pelo básico: afinal, o que realmente é o zumbido?

Conteúdo:

• O que é zumbido no ouvido?
• Quais são as principais classificações e tipos de zumbido?
• Que sons são relatados pelos pacientes com zumbido?

O que é zumbido no ouvido?

Chamamos de zumbido, tinnitus ou acufeno, a percepção de um som sem uma fonte sonora externa. Ou seja, você escuta algo, mas não há nada no ambiente o gerando.

Esse som não precisa ser contínuo, ocorrer nos dois ouvidos ou apresentar um ruído específico. Existem vários tipos de zumbido, que podem se manifestar em diferentes intensidades e causarem incômodo variável, a depender da experiência de cada indivíduo.

O zumbido sempre terá um tratamento, embora a maioria dos diagnósticos aponte perda ou lesão auditiva permanente (que pode ser leve). Infecções autolimitadas (que se resolvem sem necessidade de intervenção), obstruções no canal auditivo (como rolhas de cera) e alterações musculares, por exemplo, podem causar zumbido temporariamente.

O que quero destacar é que o seu zumbido não precisa ser de um jeito ou de outro para ser considerado um zumbido, de fato. Se você percebe um som incômodo e que não tem uma fonte externa, é fundamental procurar um médico otorrinolaringologista para obter um diagnóstico, esclarecer o seu caso e iniciar um tratamento.

• Saiba mais: Zumbido no ouvido tem cura ou é permanente? 

Quais são as principais classificações e tipos de zumbido?

É muito importante que você tenha em mente que o zumbido é um sintoma, não uma doença. Ou seja, ele é um sinal de que algo aconteceu ou está acontecendo.

Além disso, como ilustrei anteriormente, o zumbido não é uma experiência única e definida, é um sintoma que pode se apresentar de diversas formas e gerar experiências variadas, por isso, existem diferentes classificações relacionadas.

Entre outras avaliações necessárias, conhecer o tipo de zumbido vivenciado pelo paciente, usando diferentes parâmetros, nos ajuda a compreender melhor cada quadro e traçar uma estratégia de tratamento mais precisa. 

A seguir, você confere as principais classificações adotadas por nós, médicos, para nortear o diagnóstico do zumbido. Confira!

1. Zumbido objetivo e subjetivo

O zumbido objetivo se diferencia de todos os outros tipos de zumbido, pois pode ser detectado pelo médico por meio de instrumentos. É um sintoma raro e que geralmente está relacionado a espasmos musculares involuntários ao redor da orelha média e alterações vasculares na região.

O zumbido subjetivo, por sua vez, é aquele que somente o paciente que o tem pode perceber. É o tipo de zumbido mais comum e que está frequentemente associado a um conjunto de causas, entre elas a perda ou a lesão auditiva.

2. Zumbido contínuo ou intermitente

O zumbido contínuo é caracterizado pela percepção constante do zumbido, ou seja, o som é presente de forma contínua, sem interrupção, em um ou ambos os ouvidos. Essa forma de zumbido pode ser bastante perturbadora e afetar a qualidade de vida do indivíduo, interferindo no sono, na concentração e no bem-estar emocional.

O zumbido intermitente, por outro lado, é caracterizado por períodos em que o som está presente e períodos em que ele não está (ou o paciente não o percebe). Esse padrão pode ser regular, com ciclos previsíveis de presença e ausência do zumbido, ou pode ser irregular e imprevisível.

A intermitência do sintoma pode ser influenciada por vários fatores, como estresse, exposição a determinados ambientes ou situações, alterações na pressão atmosférica, consumo de certos alimentos ou bebidas, uso de medicamentos, entre outros. Para algumas pessoas, o zumbido pode ocorrer apenas em certas épocas do ano ou em situações específicas.

3. Zumbido pulsátil ou não pulsátil

Como o termo esclarece, o zumbido pulsátil apresenta um som com padrão de pulsação. Quando o ritmo do som acompanha os batimentos cardíacos do paciente, pensamos em alterações vasculares na região da orelha. Quando o som é assíncrono à pulsação do coração, suspeitamos que o som seja causado por alterações musculares. 

• Saiba mais: Zumbido pulsátil: as causas por trás do barulho de pulsação no ouvido

4. Zumbido primário ou secundário

O zumbido primário refere-se ao zumbido que não possui uma causa identificável ou subjacente específica. Pode ser desencadeado por vários fatores, como danos nas células ciliadas do ouvido interno, exposição a ruído excessivo, ototoxicidade e envelhecimento, que poderão levar a uma perda auditiva neurossensorial.

O zumbido secundário, por sua vez, é aquele que tem uma causa subjacente identificável, como problemas no conduto auditivo ou na orelha média, distúrbios neurológicos, lesões na cabeça e pescoço, disfunções na articulação temporomandibular, distúrbios vasculares, entre outros.

Um tipo de zumbido muito frequente e que pode ser classificado como secundário é o zumbido somatossensorial, muito comum em pacientes com Disfunção Temporomandibular e outros tipos de alterações musculoesqueléticas. Nesses casos, o som percebido pelo paciente pode ser ativado ou modulado por movimentos da face, da cabeça, do pescoço ou da coluna.

• Saiba mais: Entenda a relação entre zumbido no ouvido e Disfunção Temporomandibular

5. Zumbido agudo e crônico

O zumbido agudo geralmente se refere a um episódio súbito e temporário de zumbido que dura por um curto período de tempo, geralmente algumas horas ou alguns dias. Pode ser causado por vários fatores, como exposição a ruído excessivo, alterações na pressão atmosférica, infecções do ouvido ou uso de medicamentos. O zumbido agudo tende a desaparecer por si só ou diminuir significativamente à medida que a causa subjacente é tratada ou superada.

Chamamos de zumbido crônico aquele que persiste de forma contínua ou recorrente (via de regra, por mais de três meses). Pode estar associado a condições crônicas subjacentes, como perda auditiva relacionada à idade, lesões no ouvido interno, distúrbios neurológicos, alterações vasculares ou transtornos do humor, como ansiedade e estresse.

Que sons são relatados pelos pacientes com zumbido?

No tópico anterior, apresentei as principais classificações adotadas para diferenciarmos diferentes tipos de zumbido. Entretanto, quando falamos de “tipos de zumbido”, muitas pessoas se referem ao som percebido pelo paciente.

São muito frequentes as comparações do zumbido com sons de:

• cigarra;
• abelha;
• grilo;
• mosquito;
• bater de asas de uma borboleta;
• apito
• assobio;
• chiado;
• cachoeira;
• sirene;
• estática da TV;
• motor elétrico;
• clique.

Os relatos são diversos e pacientes com o mesmo quadro podem perceber sons diferentes. Como há uma enorme variedade de descrições e estamos tratando de uma experiência sonora muito pessoal, geralmente não utilizamos esse critério para fins diagnósticos.

Ressalto que um mesmo paciente pode apresentar diferentes manifestações do sintoma e que outros fatores devem ser levados em conta para obtermos um diagnóstico confiável.

O zumbido é um sintoma complexo e subjetivo, e suas características podem ser influenciadas por vários fatores individuais. Se você se identificou com um ou mais tipos de zumbido citados, é fundamental consultar um médico especialista. Saiba que existem recursos e tratamentos para todos os casos!

Classificar o zumbido é importante, mas, provavelmente, o que você mais quer saber é porque você tem esse zumbido, não é mesmo? No vídeo abaixo eu respondo essa pergunta!