Presbiacusia: entenda a perda auditiva decorrente do envelhecimento e saiba como preservar a sua audição

Chamamos presbiacusia a perda auditiva gradual que vem com a degeneração das células da cóclea ao longo do envelhecimento. Seus primeiros sintomas incluem dificuldades para entender a fala em ambientes ruidosos e zumbido no ouvido.

A presbiacusia é uma condição caracterizada pela perda auditiva bilateral e gradual que é comum no envelhecimento. Apesar de não sabermos a sua causa exata, estudos sugerem que ela ocorre devido a mudanças degenerativas em estruturas sensoriais da orelha interna, afetando principalmente a cóclea — uma estrutura fundamental na percepção do som.

Dentro da cóclea, células ciliadas são responsáveis por converter as vibrações sonoras em sinais elétricos que o cérebro interpreta como som. Com o tempo, essas células podem degenerar e perder funcionalidades, comprometendo a audição.

Com o avanço da idade, uma das primeiras manifestações da presbiacusia é a dificuldade em entender a fala em ambientes ruidosos. 

No início, a pessoa pode perceber que os sons ainda são audíveis, mas a compreensão das palavras se torna mais desafiadora, especialmente quando há ruídos de fundo. Isso ocorre porque, com o envelhecimento, a capacidade de ouvir as frequências mais altas — aquelas responsáveis por distinguir sons finos e nítidos, como as consoantes nas palavras — começa a diminuir.

Nesses ambientes, como restaurantes ou reuniões familiares, o som ambiente dificulta ainda mais a percepção da fala, pois a pessoa não consegue distinguir claramente a voz da pessoa com quem está conversando dos outros sons ao redor que estão competindo. 

Como resultado, as pessoas com presbiacusia podem ter dificuldades para entender conversas, o que, aliado ao esforço constante para ouvir, pode levar a frustrações e desconfortos sociais, fazendo com que o indivíduo se isole gradualmente, impactando negativamente sua qualidade de vida e saúde mental.

Com o tempo, a pessoa pode precisar aumentar o volume da TV ou do rádio e queixar-se de zumbido no ouvido.

Embora a presbiacusia seja um processo relativamente comum do envelhecimento, esse processo pode ser retardado com algumas práticas, em especial proteger os ouvidos de ruídos excessivos ao longo da vida — uma vez que o barulho alto frequente pode agredir e lesionar as células auditivas. 

O uso de protetores auriculares em ambientes ruidosos pode ser muito benéfico, assim como evitar o uso de fones de ouvido em volumes altos também pode ser determinante.

Além disso, manter uma boa saúde geral é outro fator importante, inclusive porque doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, podem agravar a perda auditiva. Outro hábito que oferece riscos de longo prazo à audição é o tabagismo.

Por isso, sempre recomendamos manter uma alimentação balanceada, fazer exercícios regularmente e acompanhar a saúde geral com consultas regulares ao médico para preservar o corpo como um todo e, assim, a audição.

A perda auditiva neurossensorial não pode ser revertida, mas pode ser corrigida. O principal recurso utilizado são os aparelhos auditivos, que amplificam os sons, facilitando a comunicação e a compreensão da fala.

Os avanços tecnológicos nos últimos anos melhoraram significativamente a estética e a eficácia desses dispositivos, tornando-os mais confortáveis e adaptáveis às necessidades individuais, sendo inclusive importantes para ajudar a lidar com o zumbido no ouvido.

Para casos mais graves, nos quais os aparelhos auditivos não são suficientes, o implante coclear pode ser uma opção. Esse procedimento envolve a colocação de um conjunto de eletrodos no ouvido interno, estimulando diretamente o nervo responsável por enviar o estímulo sonora até o cérebro.

Embora não seja possível reverter esse tipo de perda auditiva, os aparelhos auditivos e, em casos específicos, os implantes cocleares, podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, permitindo-lhes retomar atividades sociais e reduzir o isolamento.

Em todos os casos, se você vem percebendo dificuldades crescentes em ouvir sons e compreender a fala das pessoas, não hesite em marcar uma consulta com um otorrino ou otoneurologista para avaliar sua saúde auditiva!

Além da idade, a perda auditiva pode aparecer em pessoas mais jovens e ter causas diversas. Para entender melhor, recomendo a leitura do meu artigo: PAIR (perda auditiva induzida por ruído): o que é, como prevenir e quais os tratamentos disponíveis