Implante coclear: o que é, como funciona, quem pode usar, quanto custa e como é a adaptação e a experiência de quem usa este dispositivo

O implante coclear é um dispositivo de alta tecnologia que ajuda pessoas com perda auditiva a melhorar a compreensão dos estímulos sonoros. Embora a audição não seja completamente restaurada, ele proporciona uma intensa melhora na qualidade de vida, podendo ser determinante para a aquisição de linguagem de crianças e bebês.

Não é difícil perceber que a audição é de extrema importância para a comunicação e sua perda afeta a qualidade de vida não somente do ponto de vista físico, mas também a interação social e as relações afetivas, não é mesmo?

Especialmente em crianças e bebês, a audição é uma peça fundamental para o desenvolvimento da fala e a aquisição da linguagem, fazendo com que a perda auditiva severa ou profunda prejudique significativamente a capacidade de se comunicar desde o início da vida.

Para crianças e adultos com perda auditiva profunda e que não é beneficiada por aparelhos auditivos tradicionais, o implante coclear costuma ser uma saída. Embora este dispositivo não restaure a audição natural, ele proporciona uma forma adaptada de percepção sonora, permitindo que os usuários experimentem uma audição mais funcional. 

Neste guia completo, exploro mais profundamente o que é o implante coclear, como ele funciona, para quem é indicado e como pode beneficiar a experiência auditiva e a comunicação dos usuários. Vamos lá?

Conteúdo:

• O que é implante coclear?
• Como funciona o implante coclear?
• Para quem o implante coclear é indicado?
• Qual o valor médio de um implante coclear?
• Como a pessoa escuta com o implante coclear?

O que é implante coclear?

O implante coclear é um dispositivo eletrônico projetado para restaurar a audição em indivíduos com perda auditiva severa e profunda que não obtêm benefícios adequados com aparelhos auditivos convencionais. 

Também conhecido como “ouvido biônico”, o implante coclear é uma solução tecnológica de alta complexidade que visa substituir a função da cóclea, o órgão auditivo que normalmente converte as vibrações sonoras em sinais nervosos.

Embora o implante coclear não consiga restaurar a audição natural de maneira completa, ele melhora substancialmente a percepção auditiva, permitindo aos usuários identificar e compreender sons ‒ o que traz benefícios muito relevantes à comunicação e à qualidade de vida em geral. 

Como funciona o implante coclear?

O funcionamento do implante coclear envolve a colaboração eficaz entre seus componentes externos (antena e o receptor) e internos (eletrodos ligados ao nervo auditivo).

Externamente, o receptor funciona como um processador de fala, que fica visível (embora seja discreto) e é montado atrás da orelha. Este componente possui um microfone que capta os sons do ambiente e os transmite a uma espécie de antena, capaz de converter esses sons em sinais digitais e transmiti-los para a unidade interna.

Essa unidade interna é formada por eletrodos que são colocados cirurgicamente em lugares específicos da cóclea, estimulando diretamente o nervo auditivo, que os envia ao cérebro para que sejam interpretados como sons. 

Para quem o implante coclear é indicado?

A principal indicação do implante coclear é feita nos casos em que há perda auditiva permanente, de origem adquirida ou congênita. Entenda melhor os tipos de perda auditiva que podem receber indicação para o implante coclear:

Perda auditiva neurossensorial severa a profunda bilateral

A perda auditiva neurossensorial severa é caracterizada por uma capacidade auditiva reduzida que impede a compreensão da fala sem amplificação significativa, enquanto a perda auditiva profunda é quase total, resultando em uma percepção mínima de sons. 

Quando essa perda auditiva afeta os dois ouvidos (bilateral), é comum que os pacientes não consigam entender a fala ou não escutem sequer os sons do ambiente.

Perda auditiva neurossensorial

A perda auditiva sensorioneural é causada por danos às células ciliadas na cóclea ou ao nervo auditivo e é a forma mais comum de perda auditiva.

Este tipo de quadro é resultado de danos permanentes, geralmente devidos a fatores genéticos, envelhecimento, exposição a ruídos intensos, doenças ou lesões. 

Perda auditiva que não melhora com aparelhos auditivos

O implante coclear é indicado para aqueles que, apesar do uso de aparelhos auditivos, não conseguem alcançar uma compreensão adequada da fala ou uma qualidade auditiva satisfatória.

Esses pacientes podem ter dificuldade em distinguir sons e compreender a fala em ambientes ruidosos ou em situações complexas, mesmo com amplificação sonora.

Perda auditiva profunda em crianças e bebês

Para crianças pequenas, a decisão de optar por um implante coclear é baseada não apenas na gravidade da perda auditiva, mas também em fatores como o desenvolvimento da linguagem e a capacidade de integração com programas de reabilitação auditiva. 

A intervenção precoce pode ser crucial para o desenvolvimento linguístico e a integração social da criança.

Qual o valor médio de um implante coclear?

O custo de um implante coclear no Brasil depende principalmente do tipo de tecnologia envolvida no dispositivo e das despesas cirúrgicas para sua colocação. 

Em geral, o valor médio pode variar entre R$ 50.000 e R$ 100.000, um custo que costuma incluir o dispositivo, a cirurgia e o acompanhamento pós-operatório.

Atualmente, o Brasil aprova quatro marcas de implantes cocleares:

• Advanced Bionics®;
• Cochlear®;
• MedEl®;
• Oticon Medical®.

Os aparelhos funcionam de forma semelhante, mas possuem características próprias, como pequenas diferenças no formato e no material utilizado.

Como a pessoa escuta com o implante coclear?

Ao contrário dos aparelhos auditivos tradicionais, que amplificam os sons, o implante coclear funciona através da estimulação direta do nervo auditivo, contornando casos em que as células ciliadas da cóclea estão danificadas.

Contudo, o dispositivo não restaura a audição normal, mas sim proporciona uma melhora na percepção auditiva, que passa a se aproximar da audição natural, embora possa ser diferente em termos de clareza e qualidade. 

É importante saber que a qualidade do som percebido com um implante coclear pode depender da habilidade do dispositivo em estimular corretamente as áreas apropriadas da cóclea, mas também da adaptação do usuário ao dispositivo e dos ajustes contínuos do processador de fala, para atender às necessidades auditivas específicas de cada caso.

Essa adaptação envolve um processo de reabilitação auditiva, geralmente conduzida por um fonoaudiólogo, para auxiliar a identificação e distinção dos diferentes tipos de sons ‒ o que geralmente melhora a compreensão da fala e adapta-se às nuances auditivas que o implante proporciona.

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