Vertigem paroxística benigna da infância (VPBI): o que é, sinais, diagnóstico e tratamento
A vertigem paroxística benigna da infância (VPBI) é caracterizada por episódios curtos e repentinos de vertigem em crianças com desenvolvimento neurológico normal. É a causa mais comum de vertigem na infância e frequentemente observada como um fator precursor da enxaqueca.
Quadros de tontura podem afetar significativamente a qualidade de vida das crianças, uma vez que o sintoma pode prejudicar a realização de atividades cotidianas, as brincadeiras e a socialização.
Pais e cuidadores podem ter dificuldades em identificar os sintomas, pois as crianças muitas vezes não conseguem descrever exatamente o que sentem. Por isso, é essencial compreender os sinais de alerta e saber quando procurar um especialista.
Continue a leitura para entender melhor o assunto.
Conteúdo:
O que é VPBI?
A vertigem paroxística benigna da infância (VPBI) - também encontrada em algumas fontes como vertigem recorrente da infância (VRI) - é a causa mais comum de vertigem na infância. Pode afetar crianças de 2 a 12 anos, com maior incidência entre as de 4 e 6 anos, e é caracterizada por episódios súbitos e breves de vertigem, nos quais a criança, fora desses momentos, apresenta desenvolvimento neurológico normal.
Durante as crises, podem ocorrer sintomas como:
- vertigem: sensação de ver tudo girar ou perceber seu corpo girar;
- nistagmo: movimento involuntário de um ou ambos os olhos;
- ataxia: dificuldade de coordenação motora (falta de equilíbrio);
- náusea e vômito: sintomas que comumente acompanham a vertigem.
Os relatos, porém, podem variar de paciente para paciente. Algumas crianças podem relatar sensação de que tudo ao redor está girando, enquanto outras podem apenas apresentar quedas frequentes ou evitar certos movimentos.
Como esses sintomas podem ser confundidos com brincadeiras ou desatenção, é importante que os pais estejam atentos a padrões recorrentes de tontura e a comportamentos diferentes do habitual.
Como é feito o diagnóstico da VPBI?
O diagnóstico da VPBI é essencialmente clínico e baseia-se na história detalhada dos episódios. Os critérios diagnósticos incluem:
- episódios repetidos de vertigem intensa: a criança apresenta múltiplos episódios de vertigem severa;
- duração dos episódios: cada crise dura de alguns minutos a várias horas;
- períodos assintomáticos: a criança não apresenta sintomas entre os episódios e possui desenvolvimento neurológico normal;
- ausência de sintomas auditivos: diferentemente de muitos quadros com tontura associada, a VPBI não traz a perda auditiva como sintoma;
- ausência de fatores desencadeantes específicos: os episódios ocorrem sem um gatilho claro.
Para excluir outras causas de vertigem, como tumores cerebrais ou epilepsia, podem ser realizados exames complementares, incluindo ressonância magnética (RM) e avaliações auditivo-vestibulares.
Qual é o tratamento da VPBI?
A VPBI é considerada uma condição benigna, e a maioria das crianças supera os episódios espontaneamente após alguns anos.
O foco do tratamento, portanto, está em orientar adequadamente a criança e seus pais, esclarecendo as características da condição e afastando preocupações irreais.
Somente em casos muito graves é sugerido o uso de medicamentos profiláticos ou de urgência para o controle de crises severas.
Também recomendamos que os pais proporcionem um ambiente seguro para seus filhos em casa e na escola: sem estímulos desnecessários, como luzes ou cores fortes (que podem piorar a sensação de vertigem) e estrutura adequada para garantir segurança e suporte durante as crises.
Por fim, é fundamental manter o acompanhamento médico e observar quaisquer manifestações futuras, em especial dores de cabeça, uma vez que alguns estudos sugerem relação importante entre a VPBI e o surgimento de enxaqueca na idade adulta.
Concluindo, a vertigem paroxística benigna da infância é uma condição temporária que pode causar preocupação, mas possui um prognóstico favorável. O diagnóstico preciso e o acompanhamento adequado são fundamentais para garantir o bem-estar da criança e tranquilizar a família.
Quer conhecer outras possíveis causas de tontura na infância? Confira também: Tontura infantil: sinais, causas e a importância do diagnóstico precoce