4 características que nos dizem que a sua tontura não é labirintite

A tontura é um sintoma muito comum e presente nos mais diversos quadros de saúde, além da famosa labirintite. Na verdade, a labirintite é um dos diagnósticos mais raros na população e algumas características da tontura nos permitem descartar essa possibilidade.
A tontura é um sintoma que afeta milhões de pessoas e pode ser causado por inúmeras condições, além da labirintite — termo comumente usado como sinônimo de tontura.
A labirintite, de fato, ao contrário do que muitos pensam, não é uma doença que causa crises repetidas ao longo dos anos ou tonturas em situações específicas, nem é uma condição crônica. É um quadro infeccioso cujos sintomas típicos envolvem vertigem aguda acompanhada de alterações auditivas, e costuma ocorrer uma única vez, sem recorrência.
Mas como saber se a tontura é ou não labirintite?
Embora seja um sintoma muitas vezes difícil de relatar pelo paciente, a tontura pode ter diversas características diferentes que podem nos ajudar a descobrir as suas causas e também descartar possibilidades. A seguir, trago algumas características que indicam que a sua tontura provavelmente não é labirintite.
1. Tonturas recorrentes ou em crises
Se você sofre de episódios de tontura intensa que aparecem e desaparecem ao longo do tempo, intercalados com períodos sem sintomas, saiba que isso não é típico da labirintite.
Como dito, a labirintite não é crônica e ocorre apenas uma vez, em um episódio isolado, geralmente acompanhado de outros sintomas como perda auditiva ou zumbido.
Episódios recorrentes provavelmente estão relacionados a outras doenças, como a enxaqueca vestibular ou a doença de Ménière, que têm causas e tratamentos diferentes. É importante investigar para identificar o verdadeiro motivo e buscar o tratamento adequado.
2. Vertigem posicional
A tontura que ocorre com determinados movimentos da cabeça, como ao deitar, levantar-se da cama, abaixar-se ou olhar para cima, sugere um quadro conhecido como vertigem posicional paroxística benigna (VPPB).
Essa condição é causada pelo deslocamento de cristais no ouvido interno, que afeta o equilíbrio e gera a sensação de tudo estar girando.
A VPPB é a causa mais comum de vertigem e pode ser resolvida com manobras específicas para reposicionamento dos cristais. Na maioria dos casos, basta um único atendimento para o paciente apresentar melhora completa.
3. Tontura contínua e progressiva
Pessoas que relatam tontura contínua (ou desequilíbrio) por anos, acompanhada de piora progressiva e dificuldades para andar ou realizar tarefas diárias, certamente não estão lidando com labirintite.
As possibilidades são muitas, mas tonturas persistentes e com piora gradual, principalmente em idosos, podem estar relacionadas a doenças degenerativas, bem como distúrbios metabólicos e circulatórios. Nesses casos, o acompanhamento médico é essencial para avaliar a causa subjacente.
4. Tontura em situações específicas
Se você sente tontura apenas em determinadas situações, como ao andar de carro, viajar de navio, usar o elevador ou frequentar locais movimentados, como supermercados ou shoppings, isso indica algo diferente de labirintite. Essas condições estão mais associadas a distúrbios como a cinetose (enjoo de movimento), vertigem fóbica ou vertigem visual.
Esses casos envolvem uma sensibilidade exagerada aos estímulos sensoriais ou descompassos entre o sistema visual e o vestibular. Embora não sejam graves, podem ser bastante desconfortáveis e necessitam de tratamento direcionado para melhorar a qualidade de vida.
Se você identificou alguma dessas características em sua tontura, é muito provável que ela não seja causada por labirintite.
Em todos os casos, é fundamental consultar um otorrino ou otoneurologista para obter um diagnóstico preciso e providenciar o tratamento mais adequado. Quanto antes você descobrir e tratar a causa da sua tontura, menor será o impacto dela em sua qualidade de vida e menores as chances de complicações futuras.