garota com feição triste deitada na cama - perda auditiva e depressão

A perda auditiva pode dificultar a comunicação e gerar isolamento social, o que contribui para a depressão. Entender como a condição afeta a saúde mental ajuda a identificar os sinais da depressão e incentiva a busca por tratamento e apoio psicológico.

A perda auditiva é uma condição que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, sendo uma das principais causas de limitações no cotidiano, especialmente em pessoas idosas. 

Além das dificuldades práticas que surgem com a diminuição da capacidade auditiva, estudos recentes têm mostrado que essa condição pode desencadear sérios impactos na saúde mental, levando ao desenvolvimento de quadros depressivos. 

Entender como a perda auditiva pode contribuir com o agravamento de quadros de depressão pode ajudar os pacientes a buscar tratamento e incentivar amigos e familiares a colaborarem em sua recuperação.

Por isso, quero explorar neste texto a relação entre a perda auditiva e a depressão, te mostrando como identificar os sinais de alerta e a importância do tratamento precoce.

Conteúdo:

Perda auditiva pode causar depressão?

Embora a perda auditiva seja frequentemente associada a questões físicas, seu impacto emocional não pode ser ignorado. Quando a audição começa a se deteriorar, a comunicação diária se torna mais difícil, o que pode gerar frustração, estresse e até mesmo sentimentos de inadequação. 

Mais comum em idosos, a perda auditiva pode levar à dificuldade de comunicação e ao isolamento social, fatores que são preditores de depressão — uma realidade também dos que apresentam perda auditiva em qualquer idade e por quaisquer outros motivos, já que pode levar à sensação de exclusão das interações sociais. 

Esses fatores podem causar um declínio na autoestima, à medida que a pessoa começa a se afastar das atividades que antes lhe davam prazer, podendo agravar quadros depressivos anteriores, como também desencadear novos.

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Como identificar a depressão associada à perda auditiva?

A depressão que pode decorrer da perda auditiva e do isolamento social pode se manifestar de formas sutis, por isso é importante estar atento aos sinais de alerta:

  • vergonha da surdez;
  • dificuldade de comunicação;
  • isolamento social;
  • estresse frequente;
  • falta de apetite;
  • irritabilidade;
  • desânimo para qualquer atividade;
  • insônia;
  • sensação de desesperança.

Entre estes sintomas, a vergonha da surdez é mais comum. Esse sentimento pode fazer a pessoa evitar situações sociais por se sentir constrangida, não somente pela dificuldade de comunicação, mas também pelo uso dos aparelhos auditivos.

Esse processo costuma estar por trás do isolamento social, que leva a pessoa a se afastar de amigos e familiares devido à dificuldade de interagir, num panorama psicossocial complexo que pode resultar em diversos sinais, incluindo estresse frequente, irritabilidade e sensação de desesperança.

Ainda assim, é importante lembrar que a depressão é uma doença mental multifatorial, ou seja, diversos podem ser os componentes que contribuem para o estado depressivo e a perda auditiva é “apenas” um deles. Isso faz com que os quadros de depressão tenham entre si sinais comuns de alterações comportamentais, mas também significa que muitos deles podem ser os sintomas específicos de cada pessoa.

Investigar a perda auditiva pode contribuir para amenizar o quadro depressivo, mas é importante buscar ajuda médica para entender a depressão de forma global, incluindo todas as possíveis causas.

Como tratar a perda auditiva?

Sim, é possível tratar a perda auditiva, e quanto mais cedo for o diagnóstico, melhor será o controle da condição. O uso de aparelhos auditivos é o tratamento de escolha em situações em que a perda auditiva é irreversível, permitindo que a pessoa corrija sua perda de audição e melhore a comunicação com os outros. 

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Contudo, é importante lembrar que a perda auditiva precisa ser investigada para que o tratamento seja o mais preciso possível. Mesmo o uso de aparelhos auditivos deve ser uma indicação profissional, e sua adaptação precisa ser acompanhada por um otorrinolaringologista (preferencialmente um otoneurologista) e um fonoaudiólogo.

Nesse sentido, a detecção precoce da perda auditiva e seu tratamento adequado não apenas melhoram a audição, mas também a qualidade de vida, reduzindo significativamente o risco de desenvolvimento ou agravamento da depressão.

Entenda a importância do apoio psicológico

Além do tratamento da perda auditiva, o apoio psicológico para enfrentar a depressão é fundamental.

O suporte de psiquiatras e terapeutas especializados pode ajudar a pessoa a desenvolver estratégias para lidar com a frustração, a vergonha e o isolamento social, mas o apoio familiar também é fundamental nesse processo. 

A presença de entes queridos, especialmente quando se trata de idosos com depressão associada à presbiacusia, costuma ser uma fonte de confiança para que o paciente se sinta acolhido e compreendido, minimizando os impactos emocionais da perda auditiva e melhorando a qualidade de vida.

Gostou do artigo? Então continue aprendendo!

Você já ouviu falar em presbiacusia? A presbiacusia é a perda auditiva associada ao envelhecimento. Fique mais um pouco no blog e confira também: Presbiacusia: entenda a perda auditiva decorrente do envelhecimento e saiba como preservar a sua audição

 


Sobre Dra Nathália Prudencio

Dra Nathália Prudencio é médica otoneurologista, especialista em tontura e zumbido. Saiba mais
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