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A diabetes pode causar tontura quando as alterações metabólicas que a doença desencadeia afetam o sistema vestibular, responsável pelo equilíbrio. Oscilações nos níveis de glicose e de insulina podem comprometer a dinâmica dos fluidos do ouvido interno, gerando instabilidade. O manejo adequado da glicemia pode ajudar a reduzir os sintomas.

A tontura é um sintoma comum a muitas doenças e disfunções, de forma direta, ou seja, pode ser um sintoma específico — como na VPPB (tontura dos cristais) e na enxaqueca vestibular —, mas também de forma indireta, podendo se manifestar como sintoma secundário de condições metabólicas, como a diabetes. 

A diabetes é uma doença que afeta a regulação dos níveis de glicose no sangue e, por isso, pode impactar o funcionamento de diferentes sistemas do corpo, incluindo o sistema vestibular, responsável pelo equilíbrio. 

Para te ajudar a entender melhor essa relação, te convido a ler este artigo em que busco explorar melhor como a glicose e a insulina interferem nos mecanismos do equilíbrio e o que pode ser feito para aliviar esses sintomas. 

Vamos lá?

Conteúdo:

Quem tem diabetes sente tontura?

Sim, pessoas com diabetes podem sentir tontura, e isso ocorre devido às alterações metabólicas causadas pela doença. 

O sistema vestibular, que controla o equilíbrio corporal, depende de um fornecimento constante de energia para funcionar adequadamente. Essa energia vem da glicose, cuja captação pelas células é regulada pela insulina.

Na diabetes, os níveis de glicose podem subir (hiperglicemia) ou cair (hipoglicemia) de forma descontrolada — e ambas as situações afetam o funcionamento do sistema vestibular. 

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Enquanto a hiperglicemia aumenta o potencial osmótico da glicose, levando ao acúmulo de líquido nos tecidos e alterando a composição dos fluidos endo e perilinfáticos do ouvido interno, a hipoglicemia reduz a energia disponível para a manutenção das funções básicas das células, incluindo a bomba de sódio e potássio, uma proteína transmembrana essencial para a transmissão dos sinais nervosos, inclusive aqueles relacionados ao equilíbrio.

Esse acúmulo de líquido dentro do labirinto, causado pela hiperglicemia, pode desregular o delicado equilíbrio entre os fluidos que preenchem essa região, dificultando a transmissão precisa das informações sobre movimento e posição corporal ao cérebro. Como resultado, a pessoa pode sentir tontura, sensação de flutuação ou instabilidade.

Por outro lado, quando a glicose está muito baixa (hipoglicemia), a falta de energia também prejudica o funcionamento das células do sistema vestibular. A bomba de sódio e potássio, que é essencial para gerar e transmitir os sinais nervosos, começa a falhar e isso impede que o sistema vestibular envie mensagens claras ao cérebro, resultando em confusão na percepção de equilíbrio e, consequentemente, em tontura.

Em ambos os casos, os sintomas podem variar de leves a intensos, dependendo da gravidade das alterações nos níveis de glicose.

Quais são os sintomas quando a glicose está alta?

Quando a glicose está elevada, os sintomas podem variar desde os mais gerais até os mais específicos. Os sinais mais comuns incluem sede excessiva, fome constante, cansaço extremo, visão turva, necessidade frequente de urinar e, em casos mais graves, letargia.

A tontura pode surgir como um sintoma, especialmente quando os níveis elevados de glicose alteram a dinâmica do sistema vestibular. Nesse caso, a tontura é frequentemente descrita como uma sensação de cabeça leve ou flutuação. 

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Além disso, a hiperglicemia pode levar à desidratação, reduzindo o fluxo sanguíneo para o ouvido interno — o que pode acabar agravando os sintomas vestibulares.

O que fazer para acabar com a tontura da diabetes?

Para controlar a tontura relacionada à diabetes, é fundamental focar no manejo da glicemia, o que se faz com mudanças nos hábitos alimentares e medicação.

Algumas medidas essenciais incluem:

  • monitore a glicemia, verificando regularmente os níveis de açúcar no sangue para evitar oscilações extremas;
  • faça refeições menores e frequentes, a cada três horas, priorizando carboidratos integrais, como arroz e pão integrais, substituindo o açúcar por adoçantes naturais e evitando alimentos ricos em açúcar e farinha;
  • mantenha-se bem hidratado para garantir o fluxo sanguíneo adequado;
  • faça exercícios físicos regularmente para ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina e a manter os níveis de glicose sob controle;
  • evite álcool e cigarro, substâncias que prejudicam o controle glicêmico e a saúde geral do sistema vestibular.

Paralelamente a essas medidas, é comum o uso de medicamentos prescritos para controlar a atividade da insulina e, consequentemente, do metabolismo da glicose. Além disso, é importante procurar ajuda médica para avaliar o funcionamento do sistema vestibular e excluir outros diagnósticos que possam ter a tontura como sintoma particular.

Com o manejo adequado, a tontura causada pela diabetes pode ser significativamente reduzida, melhorando a qualidade de vida do paciente.

Se você chegou até aqui e quer saber mais sobre a tontura e suas principais causas, não pode perder meu artigo: Tontura descomplicada: tipos, sintomas concomitantes, causas, tratamentos.

 

Sobre Dra Nathália Prudencio

Dra Nathália Prudencio é médica otoneurologista, especialista em tontura e zumbido. Saiba mais
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