Tontura descomplicada: tipos, sintomas concomitantes, causas, tratamentos
Frequentemente confundida com a labirintite, a tontura é um sintoma comum de diversas doenças e pode ser classificada, conforme a sua origem, em 4 tipos: periférica, neurológica ou central, cardiovascular e emocional. É importante entender as causas subjacentes da tontura, para delinear as melhores formas de tratá-la.
A tontura é uma sensação de desorientação espacial, que pode se manifestar de diferentes maneiras, como vertigem ‒ quando a pessoa sente que o ambiente ao seu redor está girando ‒ , desequilíbrio, instabilidade, sensação “estranha” na cabeça ou pré-síncope, que é a sensação de desmaio.
A tontura pode afetar significativamente a qualidade de vida, comprometendo a realização de atividades cotidianas. Além disso, pode indicar problemas de saúde graves, que precisam ser investigados e tratados.
Normalmente, a tontura ocorre devido a alterações no sistema vestibular (responsável pelo equilíbrio), no sistema nervoso central ou no sistema cardiovascular. Essas alterações podem ser provocadas por uma variedade de fatores, incluindo lesões, doenças, desidratação e alterações emocionais.
É sempre importante destacar que nem toda tontura é labirintite, apesar de muitas pessoas usarem esses termos como sinônimos. A labirintite é apenas um dos diagnósticos que têm a tontura como sintoma, e é um dos mais raros, inclusive.
De acordo com as suas origens e o conjunto de sinais que acompanha o sintoma, podemos classificar a tontura em 4 tipos: periférica, neurológica, cardiovascular e emocional.
Essa classificação não existe cientificamente (classificamos apenas como tontura de origem periférica ou central), mas dessa forma fica mais fácil explicar ao paciente as causas do sintoma.
A tontura de origem periférica está geralmente relacionada a problemas no labirinto e estruturas próximas. Exemplos desse tipo de tontura incluem a doença de Ménière, a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) e a neurite vestibular.
A tontura neurológica ou central está ligada à alterações no sistema nervoso central, como acidentes vasculares cerebrais (AVCs), esclerose múltipla ou tumores. Nesse caso, os sintomas podem ser mais variados e incluir problemas de coordenação, dificuldades de fala e alterações visuais, além da vertigem.
A tontura cardiovascular, por sua vez, se origina de problemas no sistema circulatório, como hipotensão (pressão arterial baixa), arritmias ou insuficiência cardíaca ‒ condições que produzem sintomas como sensação de desmaio, fraqueza e palidez, muitas vezes associados a alterações na frequência cardíaca ou na pressão arterial.
Finalmente, o último tipo é a tontura emocional, que se relaciona a fatores psicológicos, como ansiedade e estresse. Nesse caso, a pessoa pode experimentar uma sensação de desrealização ou despersonalização, acompanhada de sintomas físicos, como palpitações e sudorese ‒ além de ser muito comum em crises de ansiedade e pânico.
Para chegar a um diagnóstico preciso, é necessário passar pela avaliação clínica, que inclui a análise da história médica do paciente e um exame físico.
O médico pode solicitar exames complementares, como testes vestibulares, exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, e até exames de sangue e eletrocardiograma (ECG) ‒ usados tanto para identificar a causa subjacente da tontura, como para descartar outras causas possíveis e direcionar o tratamento mais adequado.
Por isso, o tratamento da tontura varia conforme a causa por trás desse sintoma.
Abordagens comuns incluem a administração de medicamentos, reabilitação vestibular (exercícios e atividades para melhorar o equilíbrio) e mudanças no estilo de vida, incluindo hidratação adequada e redução do estresse.
Se você vem apresentando tontura com frequência, não negligencie o sintoma. Sentir tontura de forma constante ou frequente não é normal! Consulte um médico otorrinolaringologista ou otoneurologista para entender e tratar o seu problema.
E atenção a casos de urgência: se a tontura for muito intensa ou vir acompanhada de sintomas como dor de cabeça forte, perda de visão, dificuldades para falar ou andar, fraqueza e desmaios, é aconselhável buscar atendimento médico o mais rápido possível.