Zumbido e dor de cabeça: qual a relação e quando se preocupar?
Zumbido e dor de cabeça podem parecer dois problemas distintos, mas muitas vezes têm causas comuns, como estresse, disfunções musculares ou alterações neurológicas. A enxaqueca vestibular, por exemplo, é um quadro muito frequente em mulheres adultas, e que pode trazer dor de cabeça, vertigem e zumbido.
O zumbido, ou tinnitus, é uma percepção de som sem uma fonte sonora externa. Pode soar como um chiado, um apito, ruído pulsátil, entre diversas variações, e surge por motivos diversos — desde exposição a sons altos até distúrbios auditivos ou musculares. Já a dor de cabeça é um sintoma muito mais amplo, que pode ter causas simples, como uma tensão muscular passageira, mas também complexas, como alterações vasculares ou neurológicas importantes.
Quando esses dois sintomas aparecem juntos, uma das possíveis explicações está no estresse. O estresse crônico pode gerar tanto tensão na musculatura do pescoço e da cabeça quanto cefaleia tensional, assim como má qualidade do sono, potencializando um zumbido, geralmente preexistente. Além disso, quadros de ansiedade ou depressão também podem piorar ambos os sintomas, criando um ciclo difícil de quebrar.
Outra causa comum dessa associação é a disfunção da articulação temporomandibular (DTM), que pode ser articular (ATM) ou muscular. Quando há sobrecarga nessa região, podem surgir dores de cabeça, dores no ouvido e zumbido, já que alterações nessa região podem interferir na via auditiva.
Em alguns casos, a combinação entre dor de cabeça e zumbido pode apontar para condições mais sérias. Enxaquecas, por exemplo, não raramente vêm acompanhadas de sensações auditivas alteradas, incluindo zumbido e sensação de ouvido tapado. A chamada enxaqueca vestibular pode causar episódios de tontura, zumbido e cefaleia em paralelo. Outra hipótese mais rara, mas que exige atenção é a hipertensão intracraniana benigna, quadro neurológico de aumento da pressão do líquido dentro do nosso cérebro.
Em alguns pacientes, o aumento na pressão arterial pode gerar dores de cabeça e zumbido. Nesses casos, é importante monitorar a pressão e investigar causas cardíacas ou vasculares.
A presença contínua ou recorrente de zumbido associado à dor de cabeça exige uma avaliação médica detalhada. A começar pelo otorrino ou otoneurologista, que é o otorrino especialista em zumbido, e que pode incluir exames auditivos, exames de sangue, ressonância magnética, além da avaliação de outros profissionais, dependendo da hipótese mais provável.
A boa notícia é que, na maioria das vezes, o zumbido e a dor de cabeça têm causas tratáveis e não indicam, por si só, algo grave. No entanto, como ambos os sintomas também surgem em quadros mais complexos, o ideal é não ignorá-los — especialmente se surgirem de forma súbita, se estiverem piorando ou se vierem acompanhados de outras manifestações como tontura, perda auditiva, náusea ou alteração da visão.
Sendo assim, não deixe de consultar um médico, preferencialmente um especialista. Neste caso, é o otoneurologista, o otorrino dedicado às doenças que causam tontura e zumbido.