Perda auditiva: 9 fatos e mitos que você deve saber
Perda auditiva tem solução? Música alta pode levar à perda auditiva? Zumbido é sinal de perda auditiva? Medicamentos podem afetar a audição? Saiba o que é mito e o que é verdade a respeito da perda auditiva!
Neste artigo, quero trazer alguns esclarecimentos sobre essa condição mais comum do que compreendida pelas pessoas: a perda auditiva.
Entre outras consequências, a desinformação sobre o tema pode levar pessoas a tomarem atitudes prejudiciais e, principalmente, negligenciar cuidados importantes para preservar esse bem tão precioso que é a nossa audição.
Pensando nisso, esclareço neste artigo os principais mitos que circulam por aí sobre a perda auditiva e também algumas verdades que parecem mitos, mas que precisam ser reforçadas.
Acompanhe a leitura e confira!
1. Toda perda auditiva é definitiva
Isso não é verdade: a perda auditiva é um distúrbio sensorial que pode ou não ser permanente, e isso depende, na realidade, das causas subjacentes, ou seja, do que provocou a perda auditiva.
Quando a diminuição da audição é resultado, por exemplo, de uma infecção aguda, como na Otite Média, o paciente pode voltar a ouvir normalmente após a conclusão do tratamento correto.
Já a perda auditiva resultante da exposição crônica a ruídos ou do envelhecimento tende a ser permanente, embora possa também se manifestar em graus variados.
2. Minha audiometria acusou perda auditiva, vou ficar surdo?
Mito! Mesmo quando constatada pela audiometria, nem sempre a perda auditiva é progressiva e resulta em surdez.
A audiometria é um exame capaz de medir a perda auditiva atual com base numa escala, mas essa informação nem sempre é suficiente para determinar as causas. Isso significa que é possível saber o grau de perda auditiva no momento, mas ainda será preciso descobrir por que essa perda se deu.
As causas da perda auditiva podem ser levantadas com ajuda de outras etapas da avaliação médica, como a anamnese — que consiste em resgatar toda a história do paciente com o sintoma ou doença — e exames complementares, quando necessário.
3. A perda auditiva só afeta pessoas idosas
Mito! Embora a perda auditiva em idosos seja realmente mais comum devido ao processo natural de envelhecimento (chamada, nesse caso, de presbiacusia) —, esse não é um distúrbio sensorial exclusivo da terceira idade.
Segundo dados da OMS, mais de 1 bilhão de jovens adultos correm risco de ter perda auditiva permanente por motivos evitáveis, ou seja, devido a práticas auditivas inseguras, e não ao envelhecimento.
Além disso, a perda auditiva também pode ser resultado de infecções virais e bacterianas, do uso de medicamentos ototóxicos e de fatores genéticos.
4. Perda auditiva não tem solução
Isso não é verdade: existem tratamentos e recursos para todos os tipos de perda auditiva!
Nos casos em que é reversível, como consequência de infecções ativas ou do acúmulo de cerume, por exemplo, a remissão é completa na maioria das pessoas após o fim da doença ou após a conclusão do tratamento adequado.
Casos leves a moderadamente severos de perda auditiva permanente podem receber indicação para o uso de aparelhos auditivos e outras medidas adaptativas.
Em casos mais graves, inclusive de surdez, os implantes cocleares são um recurso com grande potencial para ajudar o paciente a recuperar a capacidade de ouvir e se comunicar verbalmente.
Ou seja, atualmente, existem diversos recursos e tratamentos para tipos e graus variados de perda auditiva e surdez, com capacidade de proporcionar melhoras significativas na audição e na comunicação. Procure um otorrino ou otoneuro para entender melhor seu caso!
5. Zumbido é sempre sinal de perda auditiva
Mito! O zumbido no ouvido pode estar associado à perda auditiva, mas também pode ser sintoma de outras condições e doenças, como acúmulo de cerume e desordens na articulação temporomandibular (ATM).
No entanto, a associação entre zumbido e perda auditiva é realmente frequente, por isso, a audiometria é sempre recomendada pelo médico na avaliação de pacientes com esse sintoma.
Em todos os casos, é fundamental procurar um otorrino ou otoneuro para compreender, identificar as causas e providenciar as medidas mais adequadas a tomar em relação ao seu zumbido.
6. Música alta causa perda auditiva
Fato! Seja em ambientes que tocam música muito alta ‒ como shows e casas noturnas ‒ ou pelo uso desregrado de fones de ouvido, a música alta é um dos fatores de risco mais importantes na ocorrência de lesões auditivas evitáveis, com potencial para perda auditiva permanente.
Em ambientes barulhentos, é recomendável evitar se manter perto das fontes sonoras principais e limitar a sua exposição fazendo intervalos.
Ao usar fones de ouvido, é importante mantê-los higienizados para prevenir infecções e ajustar o volume em níveis seguros, além de também fazer pausas regulares para permitir que os ouvidos se recuperem.
- Recomendado: Zumbido no ouvido após um show: por que acontece, sinais que merecem atenção e quando procurar um médico.
7. Labirintite pode causar surdez
Sim, isso é verdade: embora muitos pacientes se recuperem completamente da Labirintite dentro de algumas semanas, uma parcela pode apresentar sequelas, devido à gravidade do quadro ou por tratamentos inadequados.
A Labirintite é uma doença infecciosa e a demora no tratamento pode torná-la mais grave (especialmente em quadros bacterianos), com maior risco de comprometer as estruturas afetadas ‒ no caso, o labirinto, órgão ligado ao equilíbrio e à audição.
8. Aparelhos auditivos podem restaurar a audição totalmente
Realmente, existem diversas soluções tecnológicas para o tratamento da perda auditiva, que incluem os aparelhos auditivos de amplificação sonora e soluções mais avançadas, como os implantes cocleares. Entretanto, nenhum desses dispositivos fará a audição do paciente voltar a ser exatamente como era antes.
Esses dispositivos são projetados para melhorar a audibilidade e a compreensão da fala, permitindo que os pacientes vivam uma vida mais participativa, mas é sempre importante levar em conta a adaptação do paciente aos aparelhos e manter expectativas realistas.
9. A perda auditiva pode ser causada por medicamentos
Verdade. Certos medicamentos são classificados como ototóxicos por estarem associados à possibilidade de lesões nas estruturas auditivas, oferecendo risco de perda auditiva, tanto temporária quanto permanente.
Os medicamentos com potencial ototóxico mais conhecidos são os salicilatos, popularmente chamados de aspirinas. Entretanto, nem todas as pessoas que tomam aspirina apresentarão perda auditiva. Esses efeitos são observados em uma parcela dos pacientes.
Além dos salicilatos, existem outros medicamentos potencialmente ototóxicos, como os antibióticos aminoglicosídeos, alguns diuréticos, antifúngicos e antirretrovirais, medicamentos antimaláricos e diversos quimioterápicos.
Além de conferir todos esses fatos e mitos, você pode aprofundar ainda mais seus conhecimentos sobre perda auditiva visitando meu artigo completo: Perda auditiva: o que é, tipos, sinais, causas, tratamento, diagnóstico e prevenção!