Labirintite pode matar? Entenda os riscos de não tratar a tontura adequadamente
Doutora, a Labirintite mata? Entenda que crises de tontura e vertigem podem ser intensas e angustiantes, mas não são capazes de levar a óbito. Entretanto, o sintoma pode contribuir para quedas e acidentes, principalmente quando ocorrem em escadas, ruas ou durante a condução de veículos.
A grande ansiedade provocada por crises intensas de tontura e vertigem somada ao desconhecimento das doenças que provocam esses sintomas levam muitos a temerem eventos graves, se não a própria morte.
Como explico detalhadamente adiante, esse temor não tem muito fundamento, seja quando falamos da Labirintite propriamente dita (que é um quadro de infecção no labirinto), seja quando nos referimos à tontura.
É importante observar, porém, que crises de tontura intensas podem colocar o paciente em risco, especialmente idosos, pois há uma chance aumentada de quedas e lesões.
Vamos esclarecer esse assunto?
Conteúdo:
- A Labirintite pode matar?
- Labirintite e tontura não são a mesma coisa!
- Quais são os riscos de não tratar a tontura adequadamente?
- A importância de procurar um especialista
A Labirintite pode matar?
A Labirintite não costuma ser uma condição fatal, embora seja capaz de provocar sintomas graves e debilitantes. Para a maioria dos pacientes, a recuperação é completa dentro de semanas, desde que obedecido o tratamento adequado (especialmente em quadros bacterianos que requerem o uso de antibióticos).
Não há porque pensar, portanto, que a Labirintite pode matar, embora alguns riscos estejam associados a esse quadro, como:
- perda auditiva: a inflamação do ouvido interno pode afetar a audição provocando perda auditiva temporária ou permanente;
- tontura crônica: em alguns casos, a infecção pode deixar sequelas importantes e desencadear sintomas como desequilíbrio e instabilidade;
- infecções subjacentes: agentes infecciosos envolvidos podem causar complicações adjacentes;
- transtornos psicológicos: o estresse, a ansiedade e a insegurança associadas ao sintoma podem afetar a qualidade de vida das pessoas;
- quedas: crises de tontura ou vertigem podem aumentar os riscos de fraturas e lesões em quedas, bem como acidentes.
É importante destacar que o termo Labirintite é frequentemente usado como sinônimo de tontura, mas, na verdade, é o nome dado à infecção que acomete o labirinto, órgão relacionado ao equilíbrio a à audição, localizado no ouvido interno.
Labirintite e tontura não são a mesma coisa!
Como dito, Labirintite é uma infecção e seu quadro geralmente traz outros sintomas associados, como nistagmo (movimentos involuntários dos olhos), perda de audição e zumbido no ouvido.
A tontura, por sua vez, é um sintoma ligado a vários tipos de disfunções e doenças, entre as quais podemos citar:
- VPPB (Vertigem Posicional Paroxística Benigna);
- Enxaqueca Vestibular;
- TPPP (Vertigem Fóbica);
- Doença de Ménière;
- Neurite Vestibular;
- Hipotensão postural.
Embora sejam eventos raros, a tontura pode estar ligada a quadros de maior complexidade, como tumores e AVCs (Acidentes Vasculares Cerebrais). Diante de episódios muito intensos, é recomendável procurar o atendimento médico de urgência, principalmente quando observadas, também, alterações de caráter neurológico, como perda de coordenação e dificuldade de fala.
É importante destacar que é de extrema importância para o diagnóstico a investigação de sintomas associados, a história relatada pelo paciente e o exame físico, principalmente em um quadro emergencial em que exames complementares podem não acusar alterações.

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Quais os riscos de não tratar a tontura adequadamente?
A tontura pode ser desencadeada por alterações corriqueiras, como queda de pressão ou desidratação. Entretanto, episódios agudos ou frequentes não são normais e sugerem problemas de saúde que devem ser investigados.
A tontura pode ser um sintoma de uma variedade de condições, algumas delas graves. Além disso, o convívio do paciente com o problema pode prejudicar sua qualidade de vida, gerar insegurança ao realizar tarefas diárias e até levar a quadros de ansiedade e depressão, dada as limitações impostas pelo sintoma.
Em casos crônicos, como a Enxaqueca Vestibular e a Doença de Ménière, a ausência de tratamento adequado pode contribuir para o agravamento do quadro.
Outro ponto importante são as circunstâncias nas quais as crises de tontura acontecem, pois podem contribuir para quedas e acidentes, especialmente em pessoas idosas.
A importância de procurar um especialista
O diagnóstico da tontura muitas vezes é desafiador, pois existem muitos fatores associados e, em muitos quadros, os exames complementares não são tão precisos. O médico, portanto, deve se basear no histórico médico, no relato do paciente durante a consulta e no exame físico.
O otorrinolaringologista é o profissional de saúde a ser procurado em caso de tontura e sintomas relacionados. Para uma investigação mais aprofundada, porém, é desejável consultar um otoneurologista, que é o otorrinolaringologista dedicado às disfunções e doenças causadoras de tontura e zumbido.
Concluindo, não há por que se preocupar com a possibilidade da tontura ou da Labirintite matar. As doenças que acometem o Labirinto podem gerar incômodos importantes e, em alguns casos, sequelas, mas, em geral, não representam risco de vida para o paciente.
Somente o diagnóstico preciso da tontura e dos sintomas associados pode determinar as suas causas. A tontura é uma queixa extremamente comum, acomete em torno de 40% da população em geral, e há recursos e tratamentos disponíveis para todos os seus tipos e origens. Portanto, não deixe de consultar um médico!
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