Mulher jovem com tontura em fundo amarelo - diferença entre labirintite viral e bacteriana

A labirintite é causada por vírus e bactérias, e seu tratamento deve levar em conta a causa subjacente mais provável. Os sintomas mais frequentes do quadro são vertigem, náusea e desequilíbrio associados a alterações auditivas, como sensação de ouvido tapado e zumbido no ouvido.

O labirinto é uma estrutura do ouvido interno composta por partes ósseas e membranosas, sendo elas os canais semicirculares, o vestíbulo e a cóclea. Estes componentes estão diretamente relacionados ao nosso equilíbrio e à nossa audição, por isso, quando há uma inflamação na região são esperados sintomas dessas duas naturezas.

O termo “labirintite” é comumente usado como sinônimo de tontura, mas, em rigor, é o nome clínico que damos aos quadros de infecção/inflamação no labirinto. A labirintite, de fato, é uma doença aguda e bastante rara, e, embora geralmente tenha um prognóstico favorável, pode se manifestar de forma grave e até deixar sequelas importantes.

Isso significa que se você tem um quadro crônico que vem piorando (que se arrasta há meses ou anos) ou apresenta tontura ou alterações na audição de forma isolada (apenas um ou outro), é praticamente certo que o seu caso não é labirintite.

Embora possa afetar qualquer pessoa, a labirintite é mais comum em imunossuprimidos e pessoas comumente acometidas por infecções no trato respiratório e no ouvido.

A labirintite viral é a mais comum e pode estar associada a uma variedade de vírus, incluindo o vírus da gripe, da varicela (causador da catapora) e da herpes-zóster.

A labirintite bacteriana, por sua vez, é menos comum e é geralmente desencadeada por bactérias que causam também infecções no ouvido médio (otite média) e no trato respiratório, como Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae.

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Os sintomas das duas formas são muito semelhantes e normalmente incluem vertigem, perda de equilíbrio associado a sintomas auditivos, como a perda auditiva e zumbido no ouvido. Além disso, o paciente pode apresentar nistagmo (movimento involuntário dos olhos). 

Em todos os casos, o tratamento consiste no acompanhamento médico e no uso de medicações para controle e alívio dos sintomas, além do uso de antibióticos em quadros bacterianos - embora não seja uma regra, a labirintite bacteriana costuma ser mais severa, especialmente quando há demora no início do tratamento.

É importante esclarecer, no entanto, que nem sempre é possível descobrir exatamente a causa da labirintite a partir dos sintomas, da evolução da doença ou da própria avaliação médica.

Na realidade, quando desconfiamos de um quadro de labirintite, não necessariamente realizamos testes para saber se ela é viral ou bacteriana. Na maioria das vezes, isso é presumido a partir da história do paciente, uma vez que a labirintite é frequentemente uma “complicação” de alguma infecção anterior.

Você precisa saber também que a labirintite verdadeira não é um quadro que apresenta recorrência, ou seja, crises de vertigem de tempos em tempos, ela ocorre geralmente uma única vez podendo deixar sequelas relacionadas a audição e ao equilíbrio. 

Em todos os casos, porém, é fundamental consultar um médico - nesse caso, o otorrinolaringologista ou otoneurologista (especialista em tontura e zumbido) - para obter um diagnóstico confiável e realizar o tratamento mais adequado.

Será que é mesmo labirintite? Confira o vídeo abaixo e saiba mais!

4 características que mostram que você não tem Labirintite | Dra Nathália Prudencio


Sobre Dra Nathália Prudencio

Dra Nathália Prudencio é médica otoneurologista, especialista em tontura e zumbido. Saiba mais
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