Tontura infantil: sinais, causas e a importância do diagnóstico precoce
A tontura em crianças não deve ser subestimada, pois pode indicar condições que afetam o cotidiano e a vida escolar. Conhecer os sinais de alerta ajuda os pais a buscarem um diagnóstico precocemente, o que pode prevenir impactos mais graves no desenvolvimento motor, emocional e cognitivo infantil.
A tontura é frequentemente vista como um incômodo passageiro, algo que adultos tendem a minimizar até em si mesmos. Nas crianças, porém, além do desconforto, a tontura pode trazer consequências com potencial para prejudicar aspectos importantes do desenvolvimento.
A dificuldade das crianças em expressar suas sensações com precisão e a tendência de muitos pais em atribuir as quedas e os episódios de desconforto a fatores passageiros podem retardar o diagnóstico e o tratamento adequados.
Identificar precocemente as causas da tontura e tratar de forma eficaz pode fazer toda a diferença no bem-estar e no desenvolvimento das crianças — e, por isso, escrevo este artigo para esclarecer quais sinais são importantes e mostram que é necessário buscar atendimento médico.Conteúdo:
Como saber se o que a criança sente é mesmo tontura?
A tontura em crianças pode se manifestar de formas variadas, mas, por ainda não conseguirem descrever claramente o que sentem, as crianças frequentemente utilizam termos como “sensação de rodar” ou “cabeça estranha” para relatar a tontura.
Além disso, comportamentos como instabilidade ao caminhar, quedas frequentes e dificuldades em realizar atividades que exigem equilíbrio, bem como alterações na postura, dificuldade para acompanhar objetos com o olhar ou para focar em atividades visuais, e até mesmo recusa em brincar em parques ou participar de jogos que envolvam movimento, podem ser sinais de que algo está errado.
Assim, mudanças súbitas no comportamento, dificuldade de concentração, perturbações do sono e queixas inespecíficas de mal-estar ou dor de cabeça — que também podem estar relacionadas a distúrbios vestibulares — fecham a lista de sinais que devem exigir atenção especial.
O que pode estar por trás da tontura infantil?
A tontura infantil pode ter diversas causas, incluindo fatores genéticos, ambientais e condições médicas específicas. Os distúrbios do sistema vestibular são uma das principais causas.
Entre os diagnósticos mais recorrentes, podemos destacar:
- vertigem paroxística benigna da infância;
- distúrbios vestibulares relacionados à enxaqueca;
- infecções (como a otite média aguda);
- problemas neurológicos;
- alterações visuais (como nistagmo);
- medicamentos ototóxicos (como alguns antibióticos).
Algumas condições transitórias, incluindo hipoglicemia, desidratação e fatores psicológicos, como ansiedade e estresse, também podem provocar tontura, embora sejam menos graves.
Impactos da tontura no desenvolvimento e aprendizado infantil
Em função dessas alterações, a criança com tontura pode ter seu desenvolvimento e aprendizado impactados, com potencial para prejudicar habilidades essenciais que incluem concentração, memória e coordenação motora, especialmente na escola.
Dependendo da idade da criança, o comprometimento dessas habilidades pode afetar desde tarefas mais simples — como acompanhar a professora, copiar lições e manter a postura ao escrever — até as mais complexas — quando a linguagem é prejudicada, com atrasos na leitura e escrita devido à integração sensorial comprometida.
Além dos prejuízos mais práticos, esse cenário pode também acarretar limitação na participação em brincadeiras e atividades físicas — o que costuma levar ao isolamento social, baixa autoestima e dificuldades em criar vínculos com os colegas.
Diagnóstico e tratamento: a importância da intervenção precoce
Quando os sintomas são identificados pelos pais ou professores, a criança deve ser levada ao pediatra ou ao otorrinolaringologista, que pode solicitar exames específicos, como audiometria e testes vestibulares, além de analisar o histórico médico para identificar fatores predisponentes.
Os resultados dos exames são analisados de forma combinada para estabelecer o diagnóstico e direcionar o tratamento, que pode incluir mudanças no estilo de vida e até o uso de medicações para melhorar o equilíbrio e reduzir os episódios de tontura. Ajustes no ambiente escolar e domiciliar também podem ser solicitados para auxiliar no tratamento.
É sempre bom lembrar que quanto mais precoce é a intervenção, maiores as chances de evitar que a tontura prejudique o desenvolvimento motor, emocional e cognitivo da criança.
Outro motivo que frequentemente motiva os pais a levar a criança ao otorrinolaringologista é a introdução de objetos no ouvido — se você quer saber o que fazer nessas situações, não perca meu artigo: Entrou algo no ouvido? Saiba o que fazer!