As 7 principais causas do zumbido no ouvido e o tratamento indicado para cada uma delas
Perda auditiva, transtornos do labirinto (como a Enxaqueca Vestibular e a Doença de Ménière), infecções (como a Otite Média), desordens funcionais (como Disfunção Temporomandibular), cerume impactado, alterações vasculares e determinadas medicações estão entre as principais causas do zumbido no ouvido.
Zumbido no ouvido é a percepção de um som sem uma fonte sonora ou estímulo externo, como um ruído fantasma semelhante ao som de insetos, apitos ou cachoeiras, por exemplo. Você conhece alguém com esse sintoma? Você sofre com zumbido?
Existem várias causas associadas a esse quadro, bem como fatores que podem contribuir para a sua piora no dia a dia. Além disso, é muito comum encontrarmos vários motivos que levam o paciente a ter o problema e o tratamento pode exigir acompanhamento multidisciplinar.
Neste artigo, listo as 7 principais causas do zumbido no ouvido, mas devo alertar que somente um médico otorrinolaringologista ou otoneurologista pode trazer um diagnóstico confiável e definir a melhor estratégia de tratamento disponível para cada caso, ok?
1. Perda auditiva
Esta é, de longe, a causa mais comum do zumbido. A maioria dos pacientes que desenvolvem quadros permanentes deste sintoma apresentam algum tipo de lesão na orelha interna ou perda auditiva, mesmo que leve.
Nestes casos, o tratamento mais indicado é o uso do aparelho de amplificação sonora associado à adoção de medidas para reduzir a percepção do incômodo no dia a dia, como terapia sonora, alimentação saudável e prática regular de atividades físicas.
A perda auditiva geralmente se dá por fatores ligados ao envelhecimento, exposição prolongada a sons muito altos ou infecções do ouvido interno.
2. Infecções
Infecções comuns, como gripes e resfriados, podem ser o ponto de partida de um quadro de zumbido no ouvido, assim como infecções bacterianas. O excesso de secreção nasal pode chegar até o ouvido médio, provocando uma Otite Serosa ou até uma infecção bacteriana, que chamamos de Otite Média.
Esse quadro é extremamente comum em crianças após infecções virais, mas também acomete adultos. Além do zumbido, o paciente também pode sentir dor, apresentar secreção no ouvido e ter a audição comprometida.
Além de repouso e tratamento sintomático, o tratamento pode envolver o uso de antibióticos e anti-inflamatórios. Casos graves, porém, podem exigir assistência hospitalar.
Infecções também podem afetar outras regiões do ouvido, como a orelha interna, onde se localiza o nosso labirinto e o nervo responsável pela audição, causando outras doenças que também têm o zumbido como sintoma.
3. Transtornos do labirinto
Sinais que indicam alterações no labirinto (região relacionada ao controle da audição e do equilíbrio), como vertigem, náuseas e plenitude auricular (sensação de ouvido entupido), surgem, frequentemente, associadas ao zumbido.
Várias patologias estão ligadas a esses sintomas, como:
- Enxaqueca Vestibular;
- perda auditiva súbita;
- alterações vasculares da orelha interna;
- Doença de Ménière.
A famosa Labirintite também pode estar associada a esses sintomas, entretanto, ela é muito pouco frequente em consultório.
Para todos esses quadros, existem estratégias de tratamento específicas que devem ser orientadas e conduzidas pelo médico otorrinolaringologista.
4. Desordens funcionais
Problemas odontológicos, como mordida errada, bruxismo e procedimentos dentários, também são uma das causas do zumbido ou da sua piora, assim como disfunções na articulação temporomandibular.
Como as estruturas afetadas são muito próximas do ouvido, existe a possibilidade de células nervosas do sistema auditivo serem afetadas, provocando sintomas na audição.
Observe, porém, que a relação entre essas desordens funcionais e o zumbido não é obrigatória. O sintoma pode estar envolvido com outras alterações importantes no sistema auditivo e também com transtornos do humor.
O sucesso do diagnóstico e do tratamento depende de diferentes áreas da saúde, como odontologia, fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia e psiquiatria. Entretanto, o otorrinolaringologista é o primeiro profissional ao qual o paciente deve recorrer.
5. Cerume impactado
Embora não seja tão comum quanto às alterações do ouvido interno, o excesso de cera pode sim causar zumbido, assim como outras alterações na audição, como sensação de ouvido tapado.
O cerume impactado em grande quantidade pode tocar o tímpano, gerando uma pressão que interfere em sua vibração e, consequentemente, provoca alterações na audição. Porém, mais frequentemente, o cerumen forma uma rolha, prejudicando a entrada de som pelo conduto auditivo.
Nesses casos, o paciente deve procurar um otorrinolaringologista para avaliar o quadro e providenciar a lavagem em consultório. Não é recomendável realizar esse processo em casa por conta própria, pois o risco de complicações, como infecções, irritações e perfuração do tímpano, é muito grande.
6. Alterações vasculares
Alterações no fluxo sanguíneo na região do ouvido ou próximo a ele, bem como estreitamentos causados por algum tipo de compressão ou malformação vascular podem provocar zumbido no ouvido. Este tipo de zumbido é classificado como objetivo, quando o som pode ser escutado pelo médico em consultório, por meio de instrumentos.
Nesse contexto, temos o chamado zumbido pulsátil, caracterizado por um som em pulsação. Quando é síncrono aos batimentos, sugere-se uma causa vascular. Quando assíncrono, o zumbido pode indicar problemas musculares dentro do ouvido ou próximo a ele.
Os tratamentos podem envolver uso de medicamentos, procedimentos cirúrgicos (como embolização), fisioterapia (quando o zumbido tem origem musculoesquelética) e acompanhamento terapêutico.
7. Medicamentos
O zumbido no ouvido também pode surgir como efeito colateral de medicamentos variados, como medicações para tratamento de câncer e hipertensão, antidepressivos, antibióticos e até remédios mais populares, como a aspirina. A proporção de pacientes que relatam esses efeitos, porém, é muito variável.
Se for o seu caso, a primeira coisa a fazer é conversar com o médico que prescreveu o medicamento para avaliar a situação e, se possível, mudar a estratégia de tratamento.
É importante esclarecer que a maioria das pessoas que têm zumbido se habituam a ele e conseguem levar uma vida normal. Somente um em cada dez pacientes o relatam como um incômodo importante.
Isso significa que o médico deve avaliar também a experiência individual do paciente com o sintoma antes de realizar ajustes em medicações e posologias (doses e frequência de uso).
Por ser um sintoma com correlações muito amplas e, na maioria das vezes, se apresentar de forma subjetiva na experiência do paciente, existem muitas causas possíveis para o zumbido no ouvido.
Ao percebê-lo como um incômodo relevante, é imprescindível procurar um médico especialista para realizar a investigação do sintoma e providenciar o tratamento mais adequado. É importante você saber que existem tratamentos para todas as causas de zumbido no ouvido.