5 hábitos diários que prejudicam a audição (e como se prevenir)
A audição é um sentido essencial para a comunicação e para a interação social. Entretanto, hábitos prejudiciais podem comprometer a saúde auditiva de forma irreversível, como uso excessivo de fones de ouvido, exposição a ruídos altos e higiene inadequada.
Embora seja mais frequente e comentada entre idosos, a perda auditiva não está ligada apenas ao envelhecimento.
Pequenos hábitos podem contribuir para danos progressivos, muitas vezes sem que a pessoa perceba, até que o problema se torne um quadro crônico.
Ruídos excessivos, uso inadequado de fones de ouvido e más práticas de higiene são apenas algumas das atitudes que podem comprometer a audição.
Neste artigo, trago os 5 principais erros no dia a dia que contribuem para a perda auditiva e como evitá-los para te ajudar a preservar a sua saúde auditiva ao longo da vida. Confira!
1. Uso excessivo de fones de ouvido
Fones de ouvido são práticos e fazem parte do cotidiano de muitas pessoas, especialmente dos jovens, mas quando utilizados em volume alto e por longos períodos, podem causar danos auditivos permanentes.
Estamos observando um aumento sem precedentes de quadros de zumbido e perda auditiva em pessoas muito jovens, e o uso inadequado de fones de ouvido é a causa mais provável para esse fenômeno.
Como prevenir?
Você não precisa parar de usar seu fone de ouvido, apenas utilizá-lo de uma forma mais consciente e saudável. As principais recomendações são:
- manter o volume abaixo de 60% da capacidade do aparelho (a maioria dos dispositivos emite alertas quando esse limite é excedido);
- optar por fones que bloqueiam o ruído externo para reduzir a necessidade de aumentar excessivamente o volume a fim de abafar o som ambiente;
- fazer pausas para permitir que as estruturas do ouvido se recuperem adequadamente e manter o canal auditivo livre a maior parte do dia.
2. Exposição frequente a ruídos intensos
Assim como os fones, ambientes ruidosos, como shows, festas, academias e escritórios movimentados, podem causar danos progressivos à audição.
O risco é maior para pessoas que vivem em grandes cidades, onde o barulho faz parte do cotidiano, especialmente aquelas que vivem ou trabalham em áreas centrais.
Como prevenir?
Se você vive em áreas urbanas barulhentas ou frequenta eventos regularmente, algumas medidas são essenciais, como:
- bloquear o ruído externo o máximo possível, fechando as janelas do carro ou do local onde trabalha, por exemplo;
- evitar se manter próximo a fontes de ruído, como máquinas, caixas de som ou ruas com tráfego intenso;
- fazer intervalos regulares em locais silenciosos para permitir que seus ouvidos se recuperem adequadamente;
- utilizar protetores auriculares quando não for possível ou desejável se afastar do som alto (como em determinados trabalhos ou shows, por exemplo).
Trabalhadores frequentemente expostos a ruídos altos de fábricas e máquinas devem utilizar dispositivos de proteção individual (EPIs) adequados e seguir rigorosamente as orientações de uso definidas pelo responsável técnico da empresa.
3. Uso inadequado de cotonetes
Hábito muito comum na população, o uso de cotonetes para limpar os ouvidos não é recomendável e é, inclusive, uma das principais causas de acúmulo de cerume e lesões no ouvido.
Diferentemente do que se pensa, ao tentar limpar os ouvidos com cotonetes, na verdade empurramos a maior parte da cera para dentro do canal auditivo, aumentando as chances de obstrução e de infecções.
O uso excessivo do cotonete também pode causar irritações e lesões na pele e, quando mal manuseado, pode até perfurar o tímpano.
Como prevenir?
A recomendação aqui é simplesmente parar de usar cotonetes ou qualquer outro utensílio ou solução para limpar o canal auditivo. O limite recomendado é até onde alcançar a pontinha da sua toalha de banho. Além disso, a higienização excessiva não só é desnecessária, como é prejudicial.
O cerume desempenha diversas funções essenciais e é constantemente renovado naturalmente. Somente uma pequena parcela da população pode apresentar uma produção excessiva, exigindo limpeza.
A lavagem do ouvido, em todos os casos, só deve ser realizada em consultório por um médico especializado. Essa é a única forma de realizar o procedimento de maneira totalmente segura.
4. Falta de proteção contra água e umidade
A umidade favorece a proliferação de microrganismos, como bactérias e fungos. Logo, pessoas que expõem seus ouvidos à água com frequência têm maiores chances de desenvolverem infecções e inflamações na região.
Embora infecções, como as otites, sejam relativamente comuns e, na maioria das vezes, totalmente curáveis, elas podem deixar sequelas importantes em alguns pacientes, incluindo a perda auditiva.
Como prevenir?
A melhor maneira de evitar infecções nesse caso é procurar manter os ouvidos secos. As principais recomendações são:
- secar bem os ouvidos após nadar e também após o banho, inclinando a cabeça para remover a água acumulada e secando com a pontinha da toalha;
- usar tampões de ouvido ao nadar (indicação para pacientes com histórico de otite externa de repetição).
5. Automedicação e uso de antibióticos
Alguns medicamentos, como certos diuréticos, anti inflamatórios e antibióticos de uso hospitalar, possuem efeito ototóxico, ou seja, podem danificar as células auditivas em pessoas com predisposição ou quando utilizados de maneira inadequada.
Isso não significa que você não possa tomar essas medicações, mas que seu uso deve ser feito com cautela e sempre orientado por um médico.
Como prevenir?
Para evitar efeitos adversos, as principais recomendações são:
- nunca tomar medicamentos sem orientação médica;
- informar ao médico qualquer reação inesperada durante o tratamento, como perda de audição ou zumbido no ouvido.
Desde que utilizadas de maneira correta e com a orientação adequada, essas medicações são seguras para a maioria das pessoas. Quando constatado algum efeito colateral indesejável, podem ser feitos ajustes na dosagem ou substituições, sempre de acordo com as orientações do médico responsável.
Como você vê, a saúde auditiva depende de cuidados diários e evitar fatores de risco é essencial. Pequenas mudanças, como reduzir o volume dos fones de ouvido, evitar ruídos excessivos e manter uma higiene adequada, podem fazer grande diferença na preservação da audição a longo prazo.
Por fim, destaco que o tratamento ágil é também essencial para evitar complicações e para garantir a adoção das medidas de proteção necessárias. Caso note qualquer alteração importante na audição, como sensação constante de ouvido tapado, dificuldade de compreender falas ou zumbido no ouvido, não tarde a consultar um otorrinolaringologista.
Quer saber mais sobre o assunto e a importância de cuidar bem da sua audição? Então confira também: Perda auditiva precoce: como identificar, medidas preventivas e o que fazer?