As 5 principais causas de tontura em idosos e cuidados importantes
Disfunções do sistema vestibular, problemas neurológicos, doenças cardiovasculares, alterações metabólicas, quadros psiquiátricos, medicamentos e problemas de visão são as principais causas de tontura em idosos.
A tontura é um sintoma muito comum em pessoas acima de 60 anos de idade, o que faz com que muitas delas a interpretem como algo normal e que não merece grande atenção, a não ser em casos graves.
Entretanto, toda tontura tem uma causa, e ao negligenciar a ajuda médica corre-se o risco não apenas de permitir a evolução de doenças tratáveis, como de prejudicar gravemente a qualidade de vida do idoso que passa a se limitar e abrir mão de coisas que gosta para conseguir conviver com o sintoma.
Nem sempre a tontura se apresenta de forma clara. Os pacientes muitas vezes apresentam manifestações difíceis de descrever, como sensação de “cabeça vazia”, “cabeça zonza” ou desequilíbrio.
Neste artigo, faço um apanhado das diversas possíveis causas de tontura em idosos e pontuo algumas questões que destacam a importância de obter um diagnóstico e providenciar um tratamento. Confira!
Conteúdo:
Quais são as principais causas de tontura em idosos?
Antes de seguir para a lista, devo esclarecer que a tontura é um sintoma associado a inúmeros diagnósticos, independentemente da faixa etária do paciente. Além disso, nem sempre a causa da tontura se deve ao envelhecimento e, por isso, a investigação deve ser abrangente, certo?
1. Disfunções e doenças do sistema vestibular
Alterações e doenças do sistema vestibular, como a Vertigem Posicional Paroxística Benigna, são uma causa frequente de tontura em idosos e, muitas vezes, são chamadas de “labirintites”.
Embora seja um quadro comum nessa faixa etária, o diagnóstico nem sempre é rápido e, muitas vezes, é necessário recorrer a um especialista, no caso o otoneurologista.
2. Doenças cardiovasculares
Alguns tipos de alterações cardiovasculares, como hipotensão ortostática e arritmia cardíaca, podem gerar tontura. Merecem atenção pessoas que apresentam fatores de risco ou doenças já diagnosticadas, bem como uso de diferentes medicações para melhor controle pressórico.
A tontura também pode estar ligada a emergências médicas, como o AVC (Acidente Vascular Cerebral). Nesses casos, observamos também alterações neurológicas ou sinais no exame físico de uma tontura de origem central, e a orientação é buscar ajuda médica imediatamente.
3. Doenças neurológicas
Quadros neurológicos, como Doença Cerebrovascular e a Doença de Parkinson, podem trazer tontura e desequilíbrio, entre vários outros tipos de manifestação.
São diagnósticos mais complexos e que destacam a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e integrada da saúde do idoso.
4. Alterações metabólicas
Alterações metabólicas eventuais, como queda de glicose por jejum ou desidratação, são causas típicas de tontura. O sintoma também pode surgir em quadros de diabetes não controlados.
Neste caso, o foco do tratamento consiste em ajustes no estilo de vida e no controle dos fatores subjacentes. Sempre miramos na causa primária do sintoma!
5. Uso de medicamentos
O uso de determinados medicamentos, como diuréticos, betabloqueadores e benzodiazepínicos, é também uma possível causa de tontura em idosos. Além disso, interações medicamentosas também devem ser investigadas, especialmente em pacientes que fazem uso de muitos fármacos simultaneamente.
A que riscos está sujeito o idoso com tontura?
O idoso que enfrenta episódios de tontura está sujeito a uma série de riscos que vão muito além do desconforto postural. Alguns dos principais perigos associados estão listados a seguir.
Quedas e lesões
A tontura compromete significativamente o equilíbrio, aumentando o risco de quedas. Para os idosos, isso representa uma ameaça considerável à saúde, pois aumenta a possibilidade de lesões importantes, especialmente em áreas vulneráveis como os ossos, as articulações e os músculos. As fraturas, muitas vezes, têm impacto severo na mobilidade e na qualidade de vida do idoso.
Isolamento social
A persistência da tontura pode levar a um receio de sair de casa e de participar de atividades sociais, contribuindo para o isolamento. Isso pode afetar negativamente a saúde mental, contribuindo para o desenvolvimento de transtornos do humor, como a depressão e a ansiedade.
Comprometimento da qualidade de vida
Como resultado das quedas e das limitações impostas pela tontura, o idoso pode se tornar mais dependente de cuidadores e familiares para realizar tarefas básicas, diminuindo a sua autonomia e a sua autoestima.
A sensação constante de insegurança e desconforto postural também pode impactar as atividades cotidianas e a capacidade de desfrutar plenamente da vida.
Diante de todos esses riscos, é fundamental que o idoso busque avaliação médica adequada. Uma abordagem proativa é essencial para mitigar esses perigos e promover um envelhecimento saudável.
Como tratar a tontura em idosos?
O tratamento da tontura em idosos depende da sua causa subjacente, e uma abordagem personalizada é fundamental. O primeiro passo é realizar uma avaliação médica abrangente para determinar a causa ou as causas primárias do sintoma.
Essa avaliação pode envolver exames físicos, testes laboratoriais, exames de imagem e consultas com diferentes especialistas, como otoneurologistas, neurologistas e cardiologistas.
Lembre-se que a automedicação é fortemente desaconselhada ― e isso vale até para as famosas receitas caseiras ―, tendo em vista os riscos envolvidos no uso de substâncias sem a devida orientação e acompanhamento médico. Em caso de tontura, especialmente em idosos, é fundamental procurar um otorrinolaringologista.
Para uma investigação mais aprofundada, você também pode optar por consultar um otoneurologista, o otorrino especializado em tontura e zumbido.
Já que chegou até aqui, aproveite para saber mais sobre essa especialidade médica: saiba tudo sobre a otoneurologia!